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    Conversa entre alunos de escola de Niterói termina na delegacia

    Um dos assuntos discutidos era nazismo

    Publicado 08/04/2024 às 15:54 | Autor: Tiago Souza e Gabriel Villa Nova
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    Sexualidade dos alunos também foi tema da conversa
    Sexualidade dos alunos também foi tema da conversa |  Foto: Péricles Cutrim

    Uma conversa pelo WhatsApp entre dois alunos de uma escola, no Fonseca, Zona Norte de Niterói, terminou na delegacia, nesta segunda-feira (8). Entre os assuntos debatidos entre uma adolescente de 13 anos, e uma criança de 11 anos, estava racismo, nazismo e sexualidade.

    Segundo o tio da adolescente, que não será identificado, a família tomou ciência da situação na sexta-feira (5) ao mexer no celular da jovem.

    “Peguei o celular dela e vi as mensagens com o amigo da sala dela. Elas falaram de nazismo e racismo entre outras coisas. O rapaz chegou a dizer que iria fazer minha sobrinha ser nazista. Ficamos surpreendidos com as mensagens. Não me tira da cabeça que tem algum adulto metido nosso”, disse 

    Uma das mensagens no aplicativo dizia: “Posso cortar os pulsos e mandar para você”. Já outra era: “Vamos explodir a Ponte Rio-Niterói para diminuir o índice de criminalidade”.

    “Era uma conversa de cunho criminoso e sexual. Muitas coisas foram apagadas do celular da minha filha, mas eram mensagens pesadas. Estamos querendo que algo seja feito para isso mão tomar uma proporção pior, mas a escola está sendo omissa”, disse a mãe da adolescente.

    Já a mãe do menino só ficou sabendo do caso nesta segunda.

    “Se a escola estava sabendo disso desde sexta-feira, por que não me avisaram? Só fui comunicada porque o familiar da menina voltou na escola hoje, e a polícia foi chamada. Sei que precisamos e vamos conversar com os nossos filhos, mas a escola tem que fazer sua parte. Descobri que teve um aluno 'induzindo' meu filho a ser gay. Ele chegou até chamá-lo para ir no banheiro juntos”, disse a mãe do garoto.

    O caso foi registrado na 78ª DP (Fonseca). Assim como os responsáveis dos alunos, a direção da unidade de ensino também já foi ouvida. De acordo coma  polícia, o Conselho Tutelar foi comunicado. Diligências estão em andamento para apurar os fatos.

    No início da tarde desta segunda-feira (8), dois funcionários da escola, que não quiseram se identificar para a reportagem do ENFOCO, descreveram o caso como uma "situação delicada".

    "Esse caso aconteceu na madrugada de sexta e ficamos ciente no domingo. Assim que vimos os prints e tomamos ciência, fizemos o que era para ser feito. A conversa entre os dois não aconteceu em um grupo da escola ou tinha a escola relacionada. Nossa função foi chamar os pais e responsáveis no envolvimento e orientá-los, mostrar o que é certo e errado. São duas crianças, não podem ser expostas assim. É realmente uma situação delicada", disse o funcionário.

    A direção relatou também que, após o caso ser exposto, alguns alunos pediram a expulsão dos jovens envolvidos. 

    "A escola não tem relação nenhuma com o diálogo entre os dois. Mesmo sendo menores de idade, foi uma conversa consensual entre eles. Nós não podemos expulsá-los por causa disso. Não cabe a nós. Em relação à acusação de omissão, só posso dizer que, caso continuem afirmando isso, iremos entrar na Justiça", finalizou.

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