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    Megaoperação

    Comissões de direitos humanos vão investigar mortes no Rio

    Objetivo é encontrar arbitrariedades dos policiais

    Publicado 29/10/2025 às 13:06 | Autor: Tiago Souza
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    Corpos retirados da mata são colocados no rabecão
    Corpos retirados da mata são colocados no rabecão |  Foto: Lucas Alvarenga

    A Comissão de Direitos Humanos e Assistência Judiciária da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) anunciou, nesta quarta-feira (29), que vai investigar possíveis arbitrariedades cometidas durante a megaoperação policial que deixou 119 de mortos, sendo quatro policiais, nos complexos do Alemão e da Penha, na Zona Norte do Rio de Janeiro.

    O presidente da comissão, Sidney Guerra, está acompanhando a retirada dos corpos em uma área de mata da Penha, conhecida como Vacaria, na Serra da Misericórdia, onde se concentraram os confrontos mais violentos da operação.

    “Estamos aqui acompanhando toda a movimentação relacionada à retirada desses corpos, esse número já ultrapassa 100. Estamos exatamente para acompanhar, em nome da sociedade civil, as possíveis arbitrariedades que tenham sido cometidas. A OAB se solidariza com toda a sociedade e com os familiares das vítimas e também dos policiais”, declarou Sidney Guerra.

    De acordo com a comissão, o objetivo é verificar se houve abuso de autoridade ou excessos no uso da força durante a ação, que começou na manhã de terça-feira (28) e seguiu até a madrugada desta quarta.

    Às 12h10, mais dois corpos foram levados para a Praça São Lucas, na parte baixa da Penha, onde dezenas de cadáveres foram enfileirados por moradores.

    Corpos foram enfileirados na Praça São Lucas
    Corpos foram enfileirados na Praça São Lucas |  Foto: Lucas Alvarenga

    Atendimento da Alerj

    A Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania da Alerj (CDDHC)  também fez atendimentos in loco nos complexos do Alemão e Penha para acompanhar os desdobramentos da operação policial.

    Na terça-feira (28), a Comissão oficiou o Ministério Público do Estado, a Polícia Civil, a Polícia Militar e o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), responsável pelo comitê de monitoramento da ADPF 635, solicitando informações urgentes sobre o planejamento, a execução e as responsabilidades pela ação. O documento também pede especial atenção ao uso da força nesse contexto de operação.

    “Neste momento, nossa prioridade é fazer escuta territorial, além de estar com as famílias, oferecendo apoio no reconhecimento dos corpos e cobrando explicações do governo estadual. O que vimos no Alemão e na Penha é o retrato de um Estado que perdeu qualquer limite. Com Cláudio Castro, a política de segurança virou, de vez, a política de extermínio, e as favelas seguem pagando a conta com sangue e silêncio. Virar a madrugada contando corpos não pode ser rotina de um Estado de direito sem pena de morte. O Rio precisa de justiça, não de chacinas eleitoreiras fantasiadas de operação policial”, afirmou a deputada Dani Monteiro, presidenta da Comissão.

    A operação

    A Operação Contenção, segundo o Governo do Estado, tinha como meta cumprir mandados judiciais e desarticular a liderança do Comando Vermelho (CV). O confronto entre criminosos e forças de segurança resultou também na morte de quatro policiais e foi classificado como o mais letal da história do Rio de Janeiro.

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    Tiago Souza

    Tiago Souza

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