Abusos
Casos de assédio sexual em escola da Aeronáutica do Rio
A OAB-RJ acompanha o caso junto às vítimas
Rio de Janeiro - Dois professores do Colégio Brigadeiro Newton Braga, na Ilha do Governador, na Zona Norte do Rio, são acusados de assédio sexual contra um grupo de ex-alunas da instituição subordinada à Força Aérea Brasileira (FAB). A Comissão de Direitos Humanos da OAB-RJ acompanha o caso junto às vítimas.
Prints com trocas de mensagens, áudios e relatos que teriam ocorrido entre os anos de 2014 e 2020 já estão em posse dos advogados. No período, segundo as denúncias, algumas estudantes ainda eram menores de idade. As informações são do g1.
O comportamento abusivo constante seria realizado pelos professores de História e Educação Física que ministravam aulas para alunos dos ensinos médio e fundamental.
À reportagem, a direção do colégio confirmou a abertura de sindicância para apurar os fatos. Já os denunciantes apontaram uma postura 'conivente' da escola com as práticas abusivas.
É que as investigações internas começaram em junho de 2020 e ainda não foram concluídas.
"Essas denúncias ocorreram há dois anos e até agora nenhuma atitude por parte da escola foi feita. A gente está sentindo que a escola está de uma certa forma atrasando o andamento do que já tem e que não está tendo desfecho necessário", disse a advogada Brunella Moraes à publicação.
Entre as denúncias contra os professores, as quais o g1 teve acesso, um áudio que seria do professor de História para uma ex-aluna dele também foi apresentado como prova dos abusos.
Conforme a reportagem, na gravação feita em 2019, ele diz que vai raptar a jovem e afirma que tem vontade de colocá-la no colo, "sem os olhares de repreensão".
O professor de Educação Física foi apontado pelas alunas como 'sonhador'. As denúncias apontam para um modo repetitivo e inconveniente de abordar meninas menores de idade através das redes sociais.
Ele ficou conhecido como 'sonhador' por sempre dizer que havia sonhado com suas alunas.
Resposta
Procurada, a Força Aérea Brasileira (FAB) informou que o assunto ocorreu há aproximadamente dois anos e que não foi denunciado formamlmente ao Colégio Brigadeiro Newton Braga (CBNB).
"Ainda assim, diante da gravidade da suspeita, a administração instaurou imediatamente, em 23 de junho de 2020, uma apuração por meio de Inquérito Policial Militar (IPM), o qual, após concluído, foi encaminhado ao Ministério Público Militar, em 27 de agosto do mesmo ano. Na ocasião, os supostos envolvidos ficaram também, por medida de cautela, afastados de suas funções por até 120 dias, prazo máximo previsto em lei", diz a nota.
Ainda de acordo com a FAB, houve uma abertura de Processos Administrativos Disciplinares (PAD) para apurar também a existência de faltas disciplinares por parte dos servidores. A FAB ainda ressaltou que o colégio possui psicólogos, pedagogos, Serviço de Orientação Educacional e Serviço de Assistência Social para prover as orientações e suporte emocional para as demandas dos alunos e colaboradores da Escola.
A FAB repudiou as condutas apresentadas.
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