Investigação
Caso Raquel: delegada aponta divergência em depoimento de motorista
Família ainda não foi ouvida
A investigação sobre a morte da menina Raquel Antunes da Silva, de 11 anos, apontam incongruências em depoimentos de envolvidos no caso. De acordo com a delegada da Delegacia de Cidade Nova (6ª DP) Maria Aparecida Mallet, o motorista do carro alegórico mentiu sobre o assunto.
Segundo a delegada para a TV Globo, diferentes crianças estavam brincando próximo ao carro, fato diferente do que o motorista informou na delegacia. Para a polícia civil, o homem, que não teve a identidade revelada, informou que não viu crianças em cima do veículo, ligou o carro e continuou andando pela rua.
Contudo, câmeras de segurança obtidas pela polícia indicam o contrário. Além de Raquel, outras crianças estavam no veículo. O caso está sendo investigado como homicídio culposo, quando não há intenção de matar. No entanto, a delegada ainda aguarda maiores detalhes sobre o caso para poder apontar um culpado.
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Familiares da jovem são aguardados nos próximos dias para prestar depoimento contando as versões sobre o caso. Já um funcionário da empresa Carvalhão, que trabalhava como guia do caminhão que puxava o carro alegórico, foi chamado para depor nesta segunda-feira (25).
Marcela Portelinha, mãe da menina Raquel, chegou a desmaiar na porta do Hospital Souza Aguiar, após saber da notícia do falecimento da filha nesta sexta-feira (22).
Ainda não há informações sobre o sepultamento da jovem.
O governador do Rio Cláudio Castro (PL) emitiu uma nota lamentando o ocorrido e informou que o Estado está prestando assistência para a família.
"Manifesto minha solidariedade aos parentes da pequena Raquel, que morreu hoje após acidente com carro alegórico. Desde ontem, o Governo do Rio, por meio da Secretaria de Estado de Assistência a Vítima (Seavit), está prestando assistência psicológica aos familiares da menina. Vamos seguir acompanhando o caso e daremos prioridade às investigações para que todas as responsabilidades sejam apuradas o mais rápido possível", contou.
Através do seu perfil no twitter, o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD), prestou solidariedade à família da vítima. Ele informou que vai acompanhar de perto as investigações do caso.
A morte da pequena Raquel nos deixa um grande sentimento de tristeza. Vamos acompanhar de perto a investigação policial que apura as responsabilidades e estamos, através de nossa secretaria de Assistência, dando apoio aos familiares. Minha solidariedade neste momento de dor.
— Eduardo Paes (@eduardopaes) April 22, 2022
Relembre o caso
A menina Raquel Antunes da Silva, 11 anos, teve a morte confirmada às 12h10 desta sexta-feira (22). A informação foi confirmada ao ENFOCO pela Secretaria Municipal de Saúde do Rio.
Ela se envolveu em um acidente com um carro alegórico da escola Em Cima da Hora na dispersão do Sambódromo, na noite da última quarta (20). Após o acidente, a pequena teve uma das pernas amputada. O quadro de saúde de Raquel era considerado grave desde então. A criança estava internada no CTI pediátrico do Hospital Municipal Souza Aguiar.
O carro alegórico que imprensou Raquel foi apreendido pela Polícia Civil. A determinação foi dada pela delegada Maria Aparecida Mallet, titular da 6ª DP. Segundo a medida, o carro foi levado para um barracão na Região Portuária do Rio e deve passar por novas perícias. A polícia ainda não forneceu maiores detalhes à reportagem.
Após o acidente, o Ministério Público (MP) se pronunciou em nota e pediu que os carros alegóricos sejam escoltados por seguranças no momento da dispersão, já fora do Sambódromo, quando é comum que o público no entorno entre em contato com as alegorias.
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