Triste
'Batalha ainda longa', diz irmã de mulher atropelada em Niterói
Nelly Boechat está internada com sequelas há mais de dois meses
No último sábado (15), fez dois meses que a veterinária Nelly de Souza Boechat, de 45 anos, está internada no CTI de um hospital particular em São Gonçalo. Ela foi atropelada pelo motorista de aplicativo Mauro Sérgio Pires Nader, de 52 anos, no Fonseca, em Niterói, no dia 15 de fevereiro. Os dois discutiram e, quando a vítima saiu do veículo, Mauro arrancou com o carro passando por cima do corpo de Nelly. O acusado está preso.
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A irmã de Nelly, Liliane de Souza Boechat, de 36 anos, contou ao ENFOCO que no momento o estado de saúde de Nelly é estável, embora ela siga travando uma intensa batalha pela vida, pois está com inúmeras sequelas do atropelamento. A vítima passou por duas cirurgias e ainda não tem previsão de alta.
Ela estava com hemorragia interna devido ao choque. O carro passou por cima de todo o corpo dela, com isso, quebrou três costelas e gerou traumas no peito e no abdômen. Ela perdeu cerca de 50 centímetros de intestino porque foi totalmente dilacerado. O fígado dela estava com sangramento porque sofreu um corte, devido às costelas quebradas
SEQUELAS DO ACIDENTE
Liliane revelou ainda ainda que a irmã precisou tirar o ovário direito e, durante a cirurgia, ainda foi necessário que ela tomasse diversas bolsas de sangue. Nelly é paciente pós-bariátrica e perder um pedaço do intestino foi prejudicial, o que está complicando a retirada da bolsa de colostomia, que é importante para absorção de alimentos para o seu corpo.
Liliane relatou também as sequelas da segunda cirurgia. "Abriu uma fístula no intestino e começou a vazar o líquido fecal para a cavidade abdominal. Então, ela fica com a barriga cheia de líquidos e fezes espalhadas por outros órgãos. Por isso foi necessário abrir, lavar, limpar e, com isso, mais sangue e complicações", detalhou.
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A vítima ainda sofreu também uma síndrome respiratória devido ao trauma no tórax, denominado Síndrome de Angústia Respiratória em Adultos, comum em pacientes que tiveram covid-19. A Sara é uma infecção que enche o pulmão de líquido e, com isso, Nelly precisou ser entubada e ficar 25 dias em coma induzido.
"Depois que acordou, ela ainda precisava da ajuda dos aparelhos para respirar e, por isso, precisou de uma traqueostomia. Mas agora graças a Deus o pulmão está tranquilo e o que está dando problema é a parte urinária dela porque ela perdeu parte do intestino delgado. Que é justamente o intestino que é importante nessa questão de absorção. Ela não consegue urinar sem a sonda. Então essa parte da função renal dela que está preocupando a gente", disse Liliane.
A bacharel em direito explicou ainda que sua irmã não poderá mais morar sozinha, pois precisará de cuidados, além da questão financeira pois Nelly era autônoma e, com o acidente, acabou perdendo sua fonte de renda.
O pé dela está atrofiado, não fica reto, tem várias comorbidades, além das sequelas psicológicas, hora ela está lúcida, hora não está.
Esse crime não trouxe apenas problemas para Nelly, mas para a família. Liliane relatou que, além de todas as questões das cirurgias, nesse tempo que Nelly está internada sua outra irmã, Aline de Souza Boechat, que é médica cirurgiã, também se envolveu no caso e está atuando como assistente e, em virtude de passar tanto tempo no CTI, adquiriu problemas respiratórios, além do emocional abalado.
tentativa de homicídio
Mauro Sérgio Pires Nader, 52 anos, está preso desde o dia 21 de março. Ele foi denunciado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro pelo crime de tentativa de homicídio qualificado. A denúncia, oferecida junto à 3ª Vara Criminal de Niterói, ressalta que Mauro atropelou Nely na tentativa de matá-la, agindo de forma cruel.
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