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    'Barões do pó' lucram mais de R$ 1 milhão em São Gonçalo

    Publicado 19/11/2020 às 19:35 | Autor: Plantão Enfoco
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    Cocaína está entre as drogas mais rentáveis para o tráfico. Foto: Pedro Conforte

    Uma verdadeira "tríade" de velhos conhecidos do mundo do crime detém uma espécie de império do tráfico em São Gonçalo e são responsáveis por grande parte do controle das atividades criminosas em diversos bairros do segundo município mais populoso do Estado do Rio de Janeiro. De acordo com a Polícia Civil, o ganho estimado do trio de traficantes, ligados a facção criminosa Comando Vermelho (CV), supera a marca de R$ 1 milhão, somente com o tráfico de drogas.

    Entre as principais ações criminosas de Antônio Ilário Ferreira, o Rabicó, Alessandro Luiz Vieira Moura, o Vinte Anos, e Wallace Batista Soalheiro, o Pixote, estão a cobrança de serviços irregulares como extorsão de comerciantes, venda de botijões de gás, internet e "gatonet" - o famoso acesso irregular a canais de TV por assinatura - e o controle da venda de entorpecentes em bairros como Salgueiro, Mutondo, Galo Branco, Vila Lage, Trindade, Maria Paula, entre outros. O rendimento das outras ações criminosas não foi revelado pela polícia pela complexidade das ações, que variam a cada mês em relação a quantidades e lucros.

    Beneficiado por uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) em novembro do ano passado, Rabicó "corre solto" em meio a vielas das comunidades do Complexo do Salgueiro e Trindade, favelas em que ele detém o controle absoluto em São Gonçalo, e rege as atividades criminosas de seu bando como se fosse um tenor de uma ópera do mundo da criminalidade. Além de angariar grande parte dos recursos provenientes de ações criminosas nesses locais, o criminoso também é conhecido pelo controle na gerência do tráfico de drogas, ou seja, ordena trocas de comando constantemente nas favelas em que controla.

    Salgueiro é o local com maior rendimento para o tráfico de drogas. Foto: Pedro Conforte

    Um exemplo claro dessa atuação aconteceu, há cerca de um ano e meio, quando ele, irritado com a falta de obediência do traficante Thomas Jayson Gomes Vieira, o 3N, teria 'imposto' uma alteração no controle do tráfico de drogas do Salgueiro, o que teria desagradado o então chefão, que acabou pulando para o Terceiro Comando Puro (TCP) e foi morto em menos de um ano, já na nova facção criminosa.

    Recentemente, Rabicó esteve envolto em uma disputa de interesses no Complexo do Salgueiro, onde houve mortes e tensão por parte dos moradores com medo de uma nova "guerra do tráfico".

    Outro velho conhecido das comunidades em São Gonçalo é o traficante Alessandro Luiz Vieira Moura, o Vinte Anos, que circula por diferentes favelas do município, como o Miriambi, Nova Grécia, Raul Veiga, Central, Pacheco e Bandeirantes, e vem se destacando entre os 'chefões' do Comando Vermelho (CV) sendo responsável, inclusive, pelo controle do tráfico de drogas dessas localidades e responsável por orquestrar ataques que enfraqueceram os rivais do Terceiro Comando Puro (TCP), principalmente a comunidade da Alma, reduto do grupo criminoso em São Gonçalo.

    'Baques' sempre resultam em confrontos entre os criminosos de facções rivais. Foto: Reprodução / Redes sociais

    O terceiro integrante da tríade e único preso é Pixote, que subiu um degrau na hierarquia do Comando Vermelho após a morte de Luiz Carlos Gomes Jardim, o 'Luiz Queimado', morto em junho do ano passado, vítima de um câncer. Além de controlar o tráfico de drogas do Morro da Coruja, no Vila Lage, ele é apontado como o responsável pelas atividades criminosas nas comunidades do Campo Novo, na Maria Paula, Martins, em Venda da Cruz, Chumbada, no Galo Branco, Menino de Deus, no Rocha, e em algumas localidades do Boaçu.

    Recentemente, Pixote teve um pedido de habeas corpus negado no início do mês de abril. A defesa do acusado solicitou o pedido de soltura em virtude da pandemia do novo coronavírus e teve o procedimento negado pelo Tribunal de Justiça. Ele está preso desde fevereiro de 2015, quando foi capturado por policiais da 34ªDP (Bangu), no Barreto, em Niterói.

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