Terror
Bandidos invadem festa, batem em convidados e sequestram pedreiro
Renato Pereira está desaparecido desde o último sábado no Rio
A Polícia Civil está investigando o sequestro do pedreiro Renato dos Santos Pereira, de 41 anos. O homem está desaparecido desde a noite de sábado (4), quando foi retirado de uma casa de festas, durante o aniversário de um amigo, em Pedra de Guaratiba, na Zona Oeste do Rio.
Morador do Morro do Campinho, na Zona Norte da cidade, local onde acontecem disputas territoriais feitas por traficantes e milicianos, Renato foi levado por 25 homens armados de fuzis que invadiram o local se identificando como policiais.
Eles entraram no local encapuzados, vestindo camisas da Polícia Civil. A invasão da festa foi por volta das 19h30, no último sábado. Eles se apresentaram como policiais de Curicica, em Jacarepaguá, local onde também é dominado por milicianos e traficantes. Os bandidos mandaram que os moradores do Morro do Campinho levantassem os braços, caso não fizessem seriam executados.
Um grupo de aproximadamente 30 pessoas levantaram as mãos e obrigadas depois a deitar no chão. Todos os presentes foram espancados com chutes e socos e também tiveram suas carteiras e celulares roubados.
“Eles eram muito agressivos. Do nada espancaram tanto mulheres como homens. Depois, levaram nossas carteiras com dinheiro e celulares”, informou uma pessoa que estava na festa.
Antes dos criminosos saírem do local, eles informaram que todos poderiam levantar depois que eles fossem embora. Depois de ouvir o barulho do portão batendo, Renato tentou ir para a rua para comprar remédio, já que ele foi atingido por socos e ficou com dores nos braços.
Na entrada do salão, ele foi surpreendido por dois homens do bando que permanecia no local. Na sequência, Renato foi colocado dentro de um carro branco e levado. Desde então, não foi mais visto.
De acordo com os parentes de Renato, ele não tinha nenhum problema com a polícia. Ele mora no Morro do Campinho há mais de 20 anos e evitava sair de casa à noite. Ainda segundo os parentes, ele tinha medo de ser atingido por balas perdidas devido à guerra entre traficantes e milicianos.
“Ele não tinha envolvimento com nada de ruim. Nunca teve problemas com a polícia. Trabalha como pedreiro e também faz trabalho voluntário de reflorestamento da comunidade. Inclusive teve de paralisar esse trabalho por conta da guerra. Ele evitava sair à noite e tinha medo de bala perdida. Ainda temos esperança de encontrá-lo vivo. Mas a cada dia que passa, a situação fica mais difícil. Estamos desesperados sem entender o que aconteceu. Já percorremos hospitais e postos do Instituto Médico-Legal e não tivemos nenhuma notícia”, contou um parente do pedreiro.
O caso está sendo investigado pela 43ª DP (Guaratiba), onde a ocorrência foi registrada. Quem tiver alguma informação que possa ajudar a polícia a encontrar o pedreiro, pode ligar para o Disque-Denúncia (2253-1177). Não é necessário se identificar.
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