Audiência define guarda da filha de acusado de bater em criança

Uma audiência de custódia, marcada para acontecer nesta segunda-feira (19), no Fórum em Niterói, deve definir a guarda da filha de Victor Arthur Possobom e Jéssica Jordão Carvalho. Victor se entregou à polícia na última sexta-feira (16) após ser flagrado agredindo o enteado, de 4 anos, dentro de um condomínio residencial. A criança está sob os cuidados da avó paterna da bebê e mãe de Victor. 

Leia+: Mãe do acusado de agredir criança em Niterói faz apelo desesperado

Leia+: Acusado de agredir criança se entrega à polícia em Niterói

Leia: Mantida prisão de padrasto acusado de torturar enteado em Niterói

Possobom está preso no Presídio ISAP Tiago Teles de Castro Domingues, em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio. A juíza Jussara Maria de Abreu Guimarães, da 1ª Vara de Família de Niterói, que está responsável pelo caso, determinou que o homem não tenha nenhum contato com a filha.

Além disso, a magistrada também determinou que buscas sejam feitas na casa da avó paterna para saber quem costuma frequentar o local. A mãe da menina terá direito a visitar a filha durante os sábados e domingos, entre os horários de 8h e 17h.

Prisão preventiva

A prisão preventiva de Victor Arthur Possobom foi mantida neste domingo (18), após audiência. A decisão do juiz Antonio Luiz da Fonsêca Lucchese ocorreu em audiência de custódia realizada na Central de Custódia de Benfica.

Na última sexta-feira (16), a juíza Juliana Bessa Ferraz Krykhtine, em exercício na 1ª Vara Criminal de Niterói, decretou a prisão preventiva de Victor Possobom.

As agressões contra o enteado foram flagradas por câmeras de segurança de um condomínio de Icaraí, na zona sul da cidade. Dois vídeos mostram o padrasto agredindo o menino. O primeiro registro foi feito na recepção do condomínio e o segundo no elevador. As imagens seriam de fevereiro deste ano. 

Investigações

Victor e Jéssica Jordão, mãe da vítima, iniciaram o relacionamento em 2020, mas passaram a morar junto em 2021. O síndico do prédio viu as imagens das câmeras de segurança e denunciou o caso na delegacia. 

O caso foi comunicado à polícia em fevereiro e dois dias após a denúncia, a polícia chegou a ir até o edifício aonde a família morava para fazer diligências, mas Victor já havia se mudado com Jessica para um apartamento na Região Oceânica. Foi lá que, segundo a chefe de cozinha, ela foi vítima do cárcere privado e das agressões por parte de Victor.

Em julho, Jessica conseguiu fugir do cárcere. Segundo a vítima, ela teve chances de escapar outras vezes, mas não fez por medo. “Eu tinha medo. Queria sair com a minha filha nos braços e não conseguia. Eu tinha medo de sair de lá e deixar minha filha com ele, não sei o que ele poderia fazer. Eu só sai sem a criança depois de um tempo porque estava passando mal e com hemorragias decorrente do aborto”, disse. Ela alega ainda que está sem ver a bebê há, pelo menos, dois meses. 

Reencontro

Jessica estava desde o dia 27 de julho sem ver a filha, quando saiu do cárcere privado em que era mantida por Victor. Ela passou este final de semana com a menina. 

Eu estava chorando sem minha filha, passei o dia chorando. acredito que tudo vai dar certo e que vou sair com ela daqui.

A bebê está aos cuidados da avó paterna desde quinta-feira (15), antes, segundo Jessica, a menina estava com Victor, que não permitia visitas da mãe. 

Jessica também falou sobre como se sente com a prisão de Victor, que se entregou à polícia na noite da última sexta-feira (16). 

“Eu estava com medo de sair na rua antes de ele ser preso e hoje já consigo sair mais livre. Encontro com pessoas na rua depois da prisão dele”, afirmou.