Fatalidade
'Atingido pelas costas', diz pai de soldado morto por PM no Rio
Alesson foi baleado por cinco tiros quando saía de uma boate
Familiares do paraquedista do Exército Brasileiro Alesson Guilherme Gomes, de 25 anos, morto a tiros por um policial militar de folga em frente a uma boate na Zona Oeste do Rio, na madrugada desta segunda (30), pedem justiça e dizem que houve despreparo por parte da polícia.
O jovem foi atingido por cinco disparos depois de uma discussão com um policial militar de folga. O PM acusa Alesson de ter feito xixi em seu carro, dando início à discussão. O militar atirou no soldado do Exército depois que ele pegou uma arma falsa de um amigo e a colocou na cintura.
"Eu só quero justiça. Meu filho estava urinando perto de um carro, o policial apareceu e abordou ele. Ele saiu andando, deu as costas para o policial e ao chegar em outro amigo dele, que estava com uma réplica de arma, meu filho pegou a réplica e colocou na cintura. O policial efetuou cinco tiros, atingindo meu filho pelas costas. Ele podia fazer qualquer coisa menos atirar. Isso pra mim foi um despreparo por parte do policial. Era uma pessoa maravilhosa, sempre foi trabalhador", lamenta André Luiz Santana, de 50 anos, pai do jovem.
Pablo Santana, vigilante, de 42 anos, primo do Alisson, mora em Niterói e ficou sabendo do ocorrido quando estava dentro do ônibus. Desesperado, não conseguiu ter reação. Ele também acredita que se o PM tivesse abordado Alisson o caso não teria acontecido.
"Isso foi uma imprudência, falta de despreparo do policial porque os fatos ocorridos não impõem o meu primo como o meliante da história, tudo bem, pode ter cometido um erro de urinar no lugar errado, de estar com uma arma de airsoft na cintura. Eu não sei se ele agiu pela empolgação de ser militar, coisa de jovem na cabeça, mas nada justifica o policial dar cinco tiros no meu primo. Ele era um garoto excelente", contou.
Pode ter cometido um erro de urinar no lugar errado, de estar com uma arma de airsoft na cintura. Eu não sei se ele agiu pela empolgação de ser militar, coisa de jovem na cabeça, mas nada justifica o policial dar cinco tiros
Segundo familiares, Alesson chegou a ser socorrido para o Hospital Municipal Albert Schweitzer, em Realengo, na Zona Oeste, mas não resistiu e morreu. O jovem, que estava há sete anos no Exército, havia se inscrito no concurso do Corpo de Bombeiros.
Segundo a Polícia Militar, o policial Vinícius de Carvalho Serrão, lotado no 5° BPM (Gamboa), trabalhava na UPP dos Prazeres. O PM ligou para o BPM para comunicar o ocorrido. A corporação informou ainda que a 2ª Delegacia de Polícia Judiciária Militar (DPJM) acompanha a ocorrência. O crime está sendo investigado pela Delegacia de Homicídios da Capital (DHC).
O velório de Alesson será às 20h desta terça, no cemitério Jardim da Saudade, em Sulacap, na Zona Oeste. Já o sepultamento será às 9h de quarta-feira (1°).
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