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    Polícia

    Assassinos de militares na mira da polícia em São Gonçalo

    Publicado 13/11/2020 às 18:53 | Autor: Alan Emiliano
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    Os responsáveis pela morte dos soldados do Exército Victor Hugo Xavier, de 18 anos, e Daniel Ferreira de Azevedo, de 19, ocorrida, em julho deste ano, no bairro Pacheco, em São Gonçalo já estão na mira da polícia. Isso porque a Divisão de Homicídios já tem a identificação de todos os envolvidos.

    De acordo com o delegado Mário Lamblet, responsável pela investigação do caso, o inquérito já está concluído desde agosto e a especializada estava apenas aguardando a expedição dos mandados de prisão de quatro envolvidos na ação criminosa. O juízo da 4ª Vara Criminal de São Gonçalo recebeu a denúncia e decretou a prisão dos acusados no último dia 3 de novembro.

    Um dos acusados de envolvimento na ação criminosa que resultou no assassinato dos jovens é apontado como o chefe do tráfico de drogas da comunidade da Alma, no bairro Amendoeira. , conhecido como Pai. Ele é suspeito de comandar a criminalidade no principal reduto do Terceiro Comando Puro (TCP), em São Gonçalo.

    Segundo as investigações, os soldados do Exército estavam em uma boate, no Mutondo, e, em seguida, foram levar uma menina em casa, no bairro Coelho. Após deixarem a moça em sua residência, a dupla, que estava a bordo de um veículo modelo Corsa, acabou colidindo no carro utilizado pelos traficantes.

    Na colisão, os traficantes acabaram identificando, através da vestimenta utilizada pela dupla a questão do militarismo e mataram os dois. Após o crime eles abandonaram os corpos dos soldados na Rua Francisco José da Silva, no Pacheco, área controlada pela facção Comando Vermelho (CV), como forma de confundir a investigação dos policiais.

    Drama das famílias

    "Eu acredito no trabalho da polícia, mas não tenho o mesmo sentimento pela justiça do país"

    O relato da auxiliar administrativa e mãe do jovem Victor Hugo Xavier, de 21 anos, é lamento de alguém que segue buscando explicações sobre a morte do seu filho e aguarda pelo cumprimento da ação policial em capturar os envolvidos no crime que completa quatro meses nesta sexta-feira (13).

    "Foram quatro meses de angústia, de buscas por explicações. Não chegamos a ser ameaçados, mas ficamos com medo de represálias, já que o crime tomou conta de São Gonçalo. Ficamos com medo de estar nos expondo demais, tenho outro filho menor", disse a mãe do jovem.

    O irmão de Victor Hugo, de apenas 14 anos, ainda não conseguiu retomar a vida como era junto do irmão. Segundo a mãe, o adolescente, que costumava ser bastante ativo, sente muita falta do eterno companheiro.

    "Está mal. Não dorme sozinho, não sai sozinho nem pra ir na padaria, faz muitas perguntas ainda. Meu filho foi criado pra ser um homem de bem. Era educado, inteligente. Não precisavam matar ele ainda mais dessa forma", concluiu a mãe.

    Exército

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    Um encontro ecumênico foi realizado na Fortaleza de Santa Cruz, em memória dos militares. Foto: Marcelo Tavares / Arquivo

    O General de Brigada e comandante da guarnição militar de Niterói Fernando Bartholomeu Fernandes comentou a conclusão das investigações e ressaltou a importância dos policiais na elucidação de um dos casos mais chocantes no Estado em 2020.

    "Confiança no trabalho da polícia e na Justiça. Estamos falando de dois integrantes do Exército, mas antes de qualquer análise e com maior importância, de dois jovens cidadãos, membros da comunidade gonçalense, filhos, irmãos, amigos, que tiveram todo um futuro ceifado por uma violência absolutamente desnecessária"

    Questionado sobre a possibilidade da participação de militares do Exército em uma possível ação de busca aos responsáveis pelas mortes, o general descartou a hipótese e mandou um recado para a família dos soldados Victor Hugo e Daniel, que eram lotados no 21º Grupo de Artilharia de Campanha (GAC) e na Fortaleza de Santa Cruz da Barra, respectivamente.

    "As famílias do soldado Vitor Hugo e do soldado Azevedo são parte de nossa comunidade e contam com toda nossa solidariedade e apoio. Vitor Hugo e Azevedo deixaram amigos no quartel e sempre estarão presentes em nossa memória. Essa solidariedade se replica e se amplia para todas as famílias que perderam entes queridos nesse contexto de criminalidade"

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