Delação
Arma que matou Marielle foi extraviada do Bope, diz ex-PM
Élcio de Queiroz revelou que Ronnie reformou o armamento
O ex-policial militar Élcio de Queiroz deu detalhes cruciais sobre a morte da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes em sua delação premiada à Polícia Federal (PF) e ao Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ). Segundo Élcio, a arma utilizada para matar Marielle foi obtida a partir do extravio de um incêndio no Batalhão de Operações Especiais (BOPE). Ele afirmou que o coacusado Ronnie Lessa tinha uma relação de afeto com a arma, pois havia trabalhado no BOPE anteriormente.
No depoimento obtido pelo jornal O Globo, Élcio revelou que Ronnie reformou a arma, deixando-a em perfeitas condições. Quando questionado sobre quem vendeu a arma para Ronnie, ele não soube informar se o vendedor era um policial militar ou não.
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"Alguém que tinha acesso às armas. Eu nem sei se realmente houve esse incêndio, ele passou que houve, já ouvi boatos que houve incêndios, mas eu não sei quando foi, não sei nem se eu estava na Polícia Militar; mas ele me passou que foi essa situação", disse.
Em relação à comunicação UZZ18 da Polícia Federal, Élcio não explicou como teve acesso a ela, mas sugeriu que Ronnie poderia ter contatos no órgão. No entanto, ele afirmou que não sabe se alguém relacionado ao crime tinha vínculos com a Polícia Federal.
O caso
Marielle e o motorista Anderson Gomes foram mortos na noite de 14 de março de 2018, quando o carro em que estavam foi atingido por 13 disparos, feitos de um outro carro que os seguia desde a Lapa, onde a vereadora havia participado de um encontro político.
Os ex-PMs Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz foram presos, quase um ano depois, em 12 de março de 2019, como executores do assassinato e continuam presos à espera de julgamento. Ambos negam participação nos crimes.
Até agora, no entanto, as investigações não conseguiram identificar se houve um mandante, quem seria essa pessoa e quais seriam suas motivações.
As investigações apontam ainda que Marielle foi morta por questões políticas.
“Desde a denúncia de Ronnie e Lessa, já se coloca que o crime foi praticado por conta também das causas defendidas por Marielle, mas não se exclui outras motivações”, contou o promotor Fábio Corrêa. Marielle era o principal alvo do dia do crime.
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