Logo Enfoco


    Absurdo

    Apreendido celular de técnico suspeito de fotografar paciente nua

    Vítima soube do caso oito dias após receber alta médica

    Publicado 27/08/2024 às 10:05 | Atualizado em 27/08/2024 às 12:30 | Autor: Enfoco
    Ouça a reportagem
    Siga no Google News Siga o Enfoco no Google News
    Deam de Jacarepaguá apurou o crime de registro não autorizado de intimidade sexual
    Deam de Jacarepaguá apurou o crime de registro não autorizado de intimidade sexual |  Foto: Divulgação / PCERJ

    Foi apreendido o celular de um técnico de enfermagem, de 51 anos, acusado por um médico de fotografar as parte íntimas de uma paciente durante um procedimento no Hospital Federal Cardoso Fontes, em Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio. 

    A Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) de Jacarepaguá diz que apurou o crime de registro não autorizado de intimidade sexual. A vítima, o autor e testemunhas foram ouvidos. O aparelho de telefone celular do autor foi apreendido pela Polícia Civil e está sendo periciado. O caso foi enviado ao Poder Judiciário.

    Paciente que estava anestesiada quando estava sendo fotografada soube do ocorrido oito dias após receber alta médica. O caso ocorreu em 25 de julho, e a denúncia foi feita pelo médico urologista responsável pela cirurgia à direção da unidade.

    De acordo com o médico, ele testemunhou o técnico de enfermagem com o celular em mãos, fotografando a paciente enquanto ela estava sem roupas.

    A paciente, anestesiada para uma pieloplastia — um procedimento que trata o canal que conecta os rins à bexiga — estava na posição de litotomia, com as pernas elevadas.

    Suspeito nega

    O suspeito nega as acusações. Em seu depoimento à polícia, ele alegou que pegou o celular para "procurar sinal" e que já estava em uma ligação quando foi acusado pelo médico. Em entrevista ao portal G1, o técnico afirmou que estava com o aplicativo de fotos aberto para tirar uma selfie e enviá-la à esposa.

    Nesta segunda-feira (26), a mulher que não foi identificada, informou em entrevista ao G1 "que espera que a polícia encontre as provas dos crimes" do homem.

    Aspas da citação
    Eu estou com fé. Espero que eles encontrem as provas dos crimes, não só em relação a mim, mas de outras pessoas. Para que esse monstro seja parado e que ele pague pelo que fez. Estou com muita fé nessas buscas.
    vítima
    Aspas da citação

    Transferência de unidade 

    Após ser informado sobre o ocorrido no dia 2 de agosto, o Serviço de Contrato Temporário da União optou por transferir o técnico de enfermagem. No dia 5 de agosto, o homem começou a atuar em outro centro cirúrgico em Ipanema, na Zona Sul do Rio.

    De acordo com o G1, o Hospital Cardoso Fontes não comunicou oficialmente ao Hospital de Ipanema o motivo da transferência do profissional. Em resposta a um questionamento do G1 na última sexta-feira (23), o Departamento de Gestão Hospitalar (DGH) decidiu afastar o técnico temporariamente.

    O suspeito classificou as acusações como "ridículas, sem fundamento e esdrúxulas". Ele negou ter tirado fotos da paciente e afirmou que estava com o celular apenas para procurar sinal e que já estava em uma ligação. O técnico expressou surpresa com a notícia, destacando que atua como instrumentador há 20 anos.

    Passagens pela polícia

    O suspeito possui pelo menos quatro registros criminais adicionais: 

    - Abuso sexual contra uma adolescente de 16 anos, em 2009. Caso foi arquivado em maio de 2024 porque passou do prazo para investigação (prescrição);

    - Ameaça e maus-tratos contra a mãe (em aberto);

    - Estelionato e associação criminosa (em aberto);

    - Apropriação indébita (em aberto); 

    Afastamento 

    O Conselho Regional de Enfermagem (Coren-RJ) informou que foi notificado pela Comissão de Ética Institucional e pela Deam-Jacarepaguá. Segundo o órgão, foi aberta uma investigação na entidade, e todo o material produzido foi encaminhado à Câmara de Ética para o devido processamento, inclusive sobre uma possível suspensão cautelar do exercício de profissão.

    O Coren-RJ afirmou que o profissional poderá ser advertido ou até ter a cassação do direito ao exercício profissional por um período de até 30 anos.

    O Ministério da Saúde informou que o Departamento de Gestão Hospitalar (DGH) no Rio de Janeiro abrirá uma sindicância para apurar o caso e tomar as medidas cabíveis e que o servidor será desligado.

    A Polícia Civil segue investigando o caso.

    Tags

    Grupo achados e perdidos do facebook Enfoco Grupo achados e perdidos do facebook Enfoco
    Achados e Perdidos

    Perdeu documentos, objetos ou achou e deseja devolver? Clique aqui e participe do grupo do Enfoco no Facebook. Tá tudo lá!

    Entrar no grupo
    Artigo anterior
    <

    Assaltante arranca aliança de professor com os dentes no Rio

    Próximo artigo
    >

    PF combate aquisição ilegal de armas no Rio; preso principal alvo

    Relacionados em Polícia