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    Após 20 anos, Celsinho da Vila Vintém deixa presídio no Rio

    Ele vai responder os processos em liberdade

    Publicado 19/10/2022 às 12:50 | Atualizado em 19/10/2022 às 13:58 | Autor: Ana Carolina Moraes, Rômulo Cunha e Tiago Souza
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    Traficante foi preso em 2002
    Traficante foi preso em 2002 |  Foto: Marcelo Tavares

    Um dos principais traficantes dos anos 90, Celso Luís Rodrigues, o Celsinho da Vila Vintém, de 61 anos, deixou o Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, na Zona Oeste do Rio, no início da tarde desta quarta-feira (19). 

    Na saída, Celsinho caminhou sorridente na entrada principal do presídio. De calça jeans e blusa branca, ele estava ao lado dos advogados e disse que não sabe o que vai fazer, mas garantiu que não vai voltar para o mundo do crime.

    "Vocês viram aí, armaram pra mim. Eu nunca ganhei uma condicional, nem semiaberta, nunca ganhei nada. Só quero uma oportunidade para viver. Não sei o que eu vou fazer. Tudo que eu tinha na vida eu perdi, só tenho a minha família. De forma nenhuma eu voltarei para o crime", disse aparentemente emocionado. 

    Celso foi solto após uma decisão do juiz Marcello Rubioli, da Vara de Execuções Penais, depois de ser constatado que o criminoso não ordenou uma invasão da facção Amigos dos Amigos (ADA), a qual Celsinho é acusado de ser um dos fundadores, na Rocinha em 2017. 

    Na época, duas facções rivais disputavam o comando da comunidade. No entanto, em setembro deste ano, uma operação do Ministério Público do Rio (MPRJ) verificou que o nome de Celsinho foi incluído no inquérito do caso, mas ele não ordenou a invasão. O advogado Max Marques comemorou a decisão da Justiça, que, por unanimidade, decidiu pela soltura de Celso Luís.

    “Depois de uma investigação do Gaeco onde foram encontradas provas irrefutáveis sobre a incriminação de delegados contra o Celso, nós entramos com um HC na 3ª Câmara Criminal onde foi reconhecido por unanimidade que ele foi realmente vítima de uma incriminação falsa bem triste, mas pelo menos foi reconhecido”, disse. 

    Marques ainda ressaltou que Celsinho da Vila Vintém está ansioso para se encontrar com a família depois do tempo preso. A defesa entende que o homem não irá voltar para a vida do crime. 

    “O que ele espera hoje é voltar para sua família longe de tanto tempo. Ele tem filhos, netos e não tem mais qualquer envolvimento a bastante tempo. Isso é passado. Ele é um senhor de idade, de 61 anos, com graves problemas de saúde. Todos estão bastante emocionados. Esperamos que hoje esse final feliz finalmente chegue para o Celso. Ele só quer ir para a casa ficar com a família dele”, complementou.

    Nova Vida

    Celsinho foi solto após uma decisão do juiz Marcello Rubioli, da Vara de Execuções Penais, depois de ser constatado que o criminoso não ordenou uma invasão da facção Amigos dos Amigos (ADA)
    Celsinho foi solto após uma decisão do juiz Marcello Rubioli, da Vara de Execuções Penais, depois de ser constatado que o criminoso não ordenou uma invasão da facção Amigos dos Amigos (ADA) |  Foto: Marcelo Tavares

    De acordo com as investigações, o nome de Celso teria sido acrescentado no processo após um acordo no qual o delegado Maurício Demétrio, que na operação do MP foi acusado de estar envolvido com o jogo do bicho, fez para tentar favorecer o bicheiro Fernando Iggnácio e seus parceiros indo contra o grupo de Celsinho. O nome de Celsinho também teria sido colocado no inquérito com a ajuda do Antônio Ricardo Lima Nunes, que era titular da 11º DP (Rocinha) em 2017. 

    Antes de ficar preso no Complexo Penitenciário de Gericinó, Celso cumpria pena desde 2002 no Presídio Federal de Porto Velho, em Rondônia. Demétrio ainda teria tentado manter Celsinho longe abrindo um pedido de transferência para ele até a Penitenciária de Catanduvas, no Paraná, o que foi descoberto e impedido pelo MPRJ. 

    Celsinho já havia sido, no entanto, considerado elegível para cumprir o regime semiaberto em janeiro deste ano. Mesmo assim, a Justiça impediu que ele saísse da cadeia, alegando que ele havia sido condenado por um crime que cometeu ainda preso, o da invasão, e que ele fugia constantemente do local de segurança máxima.

    Em outubro, um alvará de soltura foi expedido pela desembargadora Suimei Meira Cavalieri, da 3ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio, alegando a liberação de Celsinho, mas, como havia outras pendências na Justiça, ele permaneceu preso. 

    Com a recente prova de que ele não estava envolvido, ele ficou livre para ser liberado. Foi isso o que concluiu o juiz Marcello Rubioli, que afirmou que não há nada que mantenha Celsinho no quesito pendências judiciais como réu.

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