Feminicídio
Acusados pela morte de professora no Rio podem ir a júri popular
Corpo de Vitória Graça Romana foi encontrado carbonizado
Paula Custódio Vasconcelos e Edson Alves Viana Junior, acusados de matar e queimar o corpo da professora Vitória Graça Romana, de 26 anos, em Senador Camará, na Zona Oeste do Rio, no dia 11 de agosto, poderão responder por feminicídio e ir a júri popular. A afirmação é da juíza Luciana Mocco, da 2ª Vara Criminal de Bangu.
De acordo com a juíza, os indiciados tiveram a intenção de matar Vitória. Além de Paula e Edson, também participou do crime a filha da acusada, de 14 anos. Por ser menor de idade, ela não pode ser indiciada, mas terá uma medida sócio-educativa.
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"Verifica-se, que desde o início o dolo dos autores, era o de tirar a vida da vítima Vitória Romana Graça, cometendo, portanto, o crime de homicídio. Considerando o entendimento do STJ que a circunstância qualificadora de homicídio, o chamado feminicídio, possui natureza objetiva, pois se liga ao gênero da vítima: ser mulher, permitindo o homicídio privilegiado-qualificado, a competência não se amolda a matéria inerente ao juízo comum", disse a conclusão da juíza Luciana Mocco.
Relembro o caso
O corpo da professora Vitória Romana Graça de 26 anos foi encontrado carbonizado na comunidade Cavalo de Aço, em Senador Camará, na Zona Oeste do Rio, no dia 11 de agosto.
De acordo com a investigação, Vitória foi morta por terminar o relacionamento com a filha de Paula, a menor de 14 anos, e com isso, deixaria de ajudar financeiramente a família.
Indignada, Paula e Edson marcaram um encontro para conversar com a professora após a aula na escola Oscar Thompson, em Santíssimo, onde lecionava. Quando Vitória chegou na casa, ela foi imobilizada pela dupla e amarrada a uma cadeira.
Em seguida, o casal usou a digital da vítima para acessar contas bancárias e fazer transferências. Eles também ligaram para a mãe de Vitória, simularam um sequestro-relâmpago e exigiram R$ 2 mil, mas a mulher não conseguiu realizar a transferência.
Mais tarde, Paula e a filha roubaram objetos de valor da casa de Vitória. Quando perceberam que a professora não daria mais dinheiro, Paula pegou uma corda, amarrou no pescoço de Vitória e pediu ajuda a Edson para puxar.
A adolescente observou toda a ação, que durou cerca de 30 minutos. Para checar se Vitória estava morta, ela colocou álcool em seus olhos. Posteriormente, o corpo da professora foi colocado em uma mala e transportado até o porta-malas do carro, onde atearam fogo.
Paula Custódio Vasconcelos e Edson Alves Viana Junior foram presos no dia 16 de agosto e foram indiciados por extorsão mediantes sequestro com resultado morte".
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