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Acusado de assédio na UFF liberado pela polícia: 'Não cometi crime'
Homem não quis comentar sobre suas seis anotações criminais
O homem, de 62 anos, acusado de assediar uma aluna da UFF, na tarde desta quinta-feira (10), no campus do Gragoatá, em Niterói, acabou liberado após ser levado para a Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam). Ele negou que tenha cometido o crime e disse só ter olhado para a estudante mas não quis comentar sobre as seis passagens na polícia, entre elas violência doméstica e lesão corporal.
Em sua versão dos fatos, ele disse que foi ameaçado de morte por uma pessoa que testemunhou em favor da aluna. Além do soco, ele diz ter levado também um chute na perna esquerda. O acusado diz ter sofrido preconceito por conta de sua idade.
“Eu estava somente olhando para uma pessoa, e isso não é crime algum. Vejo que a sociedade está muito hipócrita, pois se eu fosse mais novo e tivesse condição financeira, eu seria bem visto. Mas não sou, então me veem como um velho tarado”, relatou o homem em sua defesa.
Ele disse que irá pedir as imagens das câmeras do bandejão à autoridade policial para "provar sua inocência”. Por fim, o homem relatou que solicitou exames de corpo de delito e que prestará queixas por ameaça de morte, calúnia, difamação e preconceito.
“Meu depoimento está claro. Eu dei minha cara a tapa, não me escondi. Acha mesmo que se eu fosse culpado eu não estaria me escondendo? Eu vou atrás de meus direitos, pois eu fui agredido sem ter cometido um crime. Fui linchado sem nem ao menos terem prova de nada”, finalizou.
A Polícia Civil informou ao ENFOCO que o caso será registrado, em primeiro momento, como “fato atípico”, pois a estudante não compareceu à delegacia para prestar depoimentos contra o acusado. Após isso, a delegada fará uma análise minuciosa sobre o caso e decidirá como ficará o registro oficial da ocorrência.
O que disse a UFF
A universidade emitiu uma nota, em seu site, falando sobre o ocorrido. No comunicado, disse que é contra toda e qualquer forma de assédio, importunação e violência contra as mulheres.
"Ao tomar conhecimento das denúncias de assédio, a equipe de segurança da universidade prontamente acionou a Polícia Militar, que conduziu o suspeito à delegacia. No âmbito interno, a UFF iniciará a apuração do caso para tomar as medidas cabíveis na esfera acadêmica e administrativa. A universidade também se coloca à disposição para prestar apoio e acolhimento às vítimas.
A UFF lamenta o ocorrido e ressalta que tem atuado de forma direta no combate ao assédio por meio de programas e políticas institucionais voltadas à discussão sobre o tema e conscientização da comunidade acadêmica. Também reforçamos a importância da manifestação das vítimas em relação a situações de assédio, importunação ou violência sofridas em qualquer ambiente, por meio da Ouvidoria da Universidade".
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