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    Crime

    Acusado de agredir criança em Niterói tem laudo psiquiátrico

    Documento foi emitido este ano em um hospital particular

    Publicado 16/09/2022 às 15:57 | Autor: Ana Carolina Moraes
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    Acusado de agredir criança foi filmado em elevador de condomínio onde mora, em Niterói, sufocando o enteado
    Acusado de agredir criança foi filmado em elevador de condomínio onde mora, em Niterói, sufocando o enteado |  Foto: Reprodução

    Um laudo de uma psiquiatra particular foi emitido para alegar que Victor Arthur Possobom, de 32 anos, acusado de agredir o ex-enteado de quatro anos em um condomínio de Niterói, possui problemas mentais e faz uso de medicamentos. 

    Jessica Jordão, ex-mulher e mãe da criança vítima dos maus-tratos, disse que foi agredida e mantida em cárcere privado por ele. A chef de cozinha acredita que essa é uma forma da defesa do rapaz para tentar escapar da prisão, já que a polícia já solicitou à Justiça o mandado. Segundo a ex-mulher, Victor teria afirmado, quando ele a prendeu em casa, que ela era pobre e humilde e ele rico e morador de Icaraí e que, por isso, ela perderia a guarda da filha deles.

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    O laudo psiquiátrico emitido em um hospital particular de Niterói atesta que Victor sofre de problemas como “isolamento, choros constantes, tremores periféricos que alternam com momentos de euforia, compulsão alimentar, taquicardia e comportamentos compulsivos”.  Ainda no parecer, consta que o agressor faz uso de medicamentos para se manter estável. 

    Jéssica Jordão
    Jéssica Jordão |  Foto: Marcelo Tavares
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    Me agredia durante o relacionamento e dizia que era porque ele tinha mudado a vida dele toda por mim e eu acreditava. Quando eu queria ir embora, ainda antes do cárcere, ele fazia chantagem e dizia que eu acabaria com a minha família e que meus filhos não mereciam isso. Ele não está fazendo tratamento psiquiátrico nenhum como ele diz. Quem faz acompanhamento psiquiátrico dentro da casa da casa do psiquiatra?
    Jessica Jordao ex-companheira de Victor
    Aspas da citação
      

    “Ele dizia que ele era branco, a família de Icaraí, que o avô dele tinha sido juiz e ainda advoga em Niterói, que se eu me separasse nada ocorreria com ele e sim comigo que sou pobre, que não tenho ajuda. Ele falava que os amigos que eu tinha era por causa dele. Não se pode ter essa relação com o paciente, é antiético, ela tá fazendo o uso indevido da medicina e ela tem que ser cobrada por isso”, afirmou. 

    A criança, segundo a mãe, está sob os cuidados da madrasta e a irmã. Ela implora pela guarda da bebê de um ano que teve com Victor. 

    “É desesperador saber que ele tem essa influência no judiciário pelo avô e por ter dinheiro. Fico com medo dele fugir com a minha filha e que aconteça algo. Me sinto impotente e presa a ele ainda. Fizemos uma petição de busca e apreensão da minha filha de um ano, que está com a família do Victor. O que eu quero agora é minha filha de volta”, disse Jessica. A Justiça ainda não decretou a prisão do acusado das agressões. 

    A mãe do menino contou ainda que Victor chegou a conviver de maneira harmoniosa com o filho e que, antes de ver as imagens, ela não imaginava que o acusado batia no filho. 

    “Eu tenho vídeos deles convivendo bem, tendo momentos em família. Tivemos dias difíceis, mas ser agressivo era mais comigo e não com o Pedro", afirmou. 

    Em nota, a psiquiatra que atestou problemas psquiátricos informou que os exames foram realizados a pedido de Jéssica, que na época era namorada do acusado. A doutora, que assinou o documento, afirma que não possui qualquer responsabilidade sobre os fatos noticiados nesta quinta-feira (15).

    Investigações

    O casal iniciou o relacionamento em 2020, mas passou a morar junto em 2021. O síndico do prédio viu as imagens das câmeras de segurança e denunciou o caso na delegacia. 

    O caso foi comunicado à polícia em fevereiro e dois dias após a denúncia, a polícia chegou a ir até o edifício aonde a família morava para fazer diligências, mas Victor já havia se mudado com Jessica para um apartamento na Região Oceânica. Foi lá que, segundo a chefe de cozinha, ela foi vítima do cárcere privado e das agressões por parte de Victor.

    Em julho, Jessica conseguiu fugir do cárcere. Segundo a vítima, ela teve chances de escapar outras vezes, mas não fez por medo. “Eu tinha medo. Queria sair com a minha filha nos braços e não conseguia. Eu tinha medo de sair de lá e deixar minha filha com ele, não sei o que ele poderia fazer. Eu só sai sem a criança depois de um tempo porque estava passando mal e com hemorragias decorrente do aborto”, disse. Ela alega ainda que está sem ver a bebê há, pelo menos, dois meses. 

    A polícia iniciou as investigações do caso após ter conhecimento das imagens das câmeras de segurança do prédio que mostram as agressões. Informações chegaram a circular que ele havia sido internado em uma clínica psiquiátrica, mas foi negada pela família. 

    A defesa de Victor alegou, no entanto, que entrou com um habeas corpus preventivo, se antecipando a uma decisão da Justiça.

    Acusação

    A família do agressor levantou acusações contra Jessica, informando que ela seria acusada de tráfico de drogas. A informação foi confirmada por ela, que se defendeu. 

    “Eu estava grávida do meu primo filho, que hoje tem quatro anos, na época, além disso, estava desempregada e sem apoio. Foi quando surgiu essa oferta de participar de tráfico internacional. Me falaram que seria rápido. Eu, sem opção, sem auxílio e sem ajuda, no desespero, acabei aceitando e me arrependo. Fiquei presa por quatro meses, fui julgado, sai em prisão domiciliar e desde então trabalho de carteira assinada, não me envolvi com mais nada. Só cuido do meus filhos e trabalho de forma honesta”, afirmou Jessica. 

    Outras agressões

    Essa não é a primeira vez que Victor é acusado de agressão. Em 2013, ele agrediu a mãe e uma ex-namorada. Em 2017, ele teve outra acusação também. Ele também tem outro filho, mas a Justiça decretou a perda do poder familiar dele da criança cuja qual ele é genitor. Ainda não se sabe a razão dessa decisão nesse último caso citado. Procurada, a mãe do rapaz nega que tenha sido agredida pelo filho. 

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