Crime
Acusado de agredir criança em Niterói tem laudo psiquiátrico
Documento foi emitido este ano em um hospital particular
Um laudo de uma psiquiatra particular foi emitido para alegar que Victor Arthur Possobom, de 32 anos, acusado de agredir o ex-enteado de quatro anos em um condomínio de Niterói, possui problemas mentais e faz uso de medicamentos.
Jessica Jordão, ex-mulher e mãe da criança vítima dos maus-tratos, disse que foi agredida e mantida em cárcere privado por ele. A chef de cozinha acredita que essa é uma forma da defesa do rapaz para tentar escapar da prisão, já que a polícia já solicitou à Justiça o mandado. Segundo a ex-mulher, Victor teria afirmado, quando ele a prendeu em casa, que ela era pobre e humilde e ele rico e morador de Icaraí e que, por isso, ela perderia a guarda da filha deles.
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O laudo psiquiátrico emitido em um hospital particular de Niterói atesta que Victor sofre de problemas como “isolamento, choros constantes, tremores periféricos que alternam com momentos de euforia, compulsão alimentar, taquicardia e comportamentos compulsivos”. Ainda no parecer, consta que o agressor faz uso de medicamentos para se manter estável.
Me agredia durante o relacionamento e dizia que era porque ele tinha mudado a vida dele toda por mim e eu acreditava. Quando eu queria ir embora, ainda antes do cárcere, ele fazia chantagem e dizia que eu acabaria com a minha família e que meus filhos não mereciam isso. Ele não está fazendo tratamento psiquiátrico nenhum como ele diz. Quem faz acompanhamento psiquiátrico dentro da casa da casa do psiquiatra?
“Ele dizia que ele era branco, a família de Icaraí, que o avô dele tinha sido juiz e ainda advoga em Niterói, que se eu me separasse nada ocorreria com ele e sim comigo que sou pobre, que não tenho ajuda. Ele falava que os amigos que eu tinha era por causa dele. Não se pode ter essa relação com o paciente, é antiético, ela tá fazendo o uso indevido da medicina e ela tem que ser cobrada por isso”, afirmou.
A criança, segundo a mãe, está sob os cuidados da madrasta e a irmã. Ela implora pela guarda da bebê de um ano que teve com Victor.
“É desesperador saber que ele tem essa influência no judiciário pelo avô e por ter dinheiro. Fico com medo dele fugir com a minha filha e que aconteça algo. Me sinto impotente e presa a ele ainda. Fizemos uma petição de busca e apreensão da minha filha de um ano, que está com a família do Victor. O que eu quero agora é minha filha de volta”, disse Jessica. A Justiça ainda não decretou a prisão do acusado das agressões.
A mãe do menino contou ainda que Victor chegou a conviver de maneira harmoniosa com o filho e que, antes de ver as imagens, ela não imaginava que o acusado batia no filho.
“Eu tenho vídeos deles convivendo bem, tendo momentos em família. Tivemos dias difíceis, mas ser agressivo era mais comigo e não com o Pedro", afirmou.
Em nota, a psiquiatra que atestou problemas psquiátricos informou que os exames foram realizados a pedido de Jéssica, que na época era namorada do acusado. A doutora, que assinou o documento, afirma que não possui qualquer responsabilidade sobre os fatos noticiados nesta quinta-feira (15).
Investigações
O casal iniciou o relacionamento em 2020, mas passou a morar junto em 2021. O síndico do prédio viu as imagens das câmeras de segurança e denunciou o caso na delegacia.
O caso foi comunicado à polícia em fevereiro e dois dias após a denúncia, a polícia chegou a ir até o edifício aonde a família morava para fazer diligências, mas Victor já havia se mudado com Jessica para um apartamento na Região Oceânica. Foi lá que, segundo a chefe de cozinha, ela foi vítima do cárcere privado e das agressões por parte de Victor.
Em julho, Jessica conseguiu fugir do cárcere. Segundo a vítima, ela teve chances de escapar outras vezes, mas não fez por medo. “Eu tinha medo. Queria sair com a minha filha nos braços e não conseguia. Eu tinha medo de sair de lá e deixar minha filha com ele, não sei o que ele poderia fazer. Eu só sai sem a criança depois de um tempo porque estava passando mal e com hemorragias decorrente do aborto”, disse. Ela alega ainda que está sem ver a bebê há, pelo menos, dois meses.
A polícia iniciou as investigações do caso após ter conhecimento das imagens das câmeras de segurança do prédio que mostram as agressões. Informações chegaram a circular que ele havia sido internado em uma clínica psiquiátrica, mas foi negada pela família.
A defesa de Victor alegou, no entanto, que entrou com um habeas corpus preventivo, se antecipando a uma decisão da Justiça.
Acusação
A família do agressor levantou acusações contra Jessica, informando que ela seria acusada de tráfico de drogas. A informação foi confirmada por ela, que se defendeu.
“Eu estava grávida do meu primo filho, que hoje tem quatro anos, na época, além disso, estava desempregada e sem apoio. Foi quando surgiu essa oferta de participar de tráfico internacional. Me falaram que seria rápido. Eu, sem opção, sem auxílio e sem ajuda, no desespero, acabei aceitando e me arrependo. Fiquei presa por quatro meses, fui julgado, sai em prisão domiciliar e desde então trabalho de carteira assinada, não me envolvi com mais nada. Só cuido do meus filhos e trabalho de forma honesta”, afirmou Jessica.
Outras agressões
Essa não é a primeira vez que Victor é acusado de agressão. Em 2013, ele agrediu a mãe e uma ex-namorada. Em 2017, ele teve outra acusação também. Ele também tem outro filho, mas a Justiça decretou a perda do poder familiar dele da criança cuja qual ele é genitor. Ainda não se sabe a razão dessa decisão nesse último caso citado. Procurada, a mãe do rapaz nega que tenha sido agredida pelo filho.
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