Audiência
Acusado de agredir criança em Niterói é transferido para Benfica
A audiência de custódia está marcada para este domingo (18)
O acusado de espancar e sufocar seu ex-enteado de 4 anos em um prédio em Niterói, Victor Arthur Pinho Possobom, de 32 anos, foi transferido para Cadeia Pública Frederico Marques, em Benfica, Zona Norte, e deve passar pela audiência de custódia neste domingo (18).
Nesta sexta-feira (16) o Tribunal de Justiça do Rio (TJ-R) decretou a prisão preventiva de Victor Arthur. Neste mesmo dia, o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio da Promotoria de Justiça de Investigação Penal de Violência Doméstica do Núcleo Niterói, apresentou mais uma denúncia contra Victor pelo crime de violência doméstica a ex-namorada Jéssica Jordão, mãe da criança agredida por ele.
A juíza Juliana Bessa Ferraz Krykhtine, da 1ª Vara Criminal de Niterói, aceitou o pedido do Ministério Público do Rio, que classificou o crime como tortura. De acordo com a magistrada, há indícios suficientes de autoria e materialidade da ação penal, se tratando de um delito grave.
“As imagens contidas na mídia acautelada em cartório não deixam dúvidas. Há que se reconhecer que a autoria resultou claramente indiciada, assim como comprovados os indícios de materialidade delitiva acerca da prática da conduta criminosa. Há nítida superioridade física do réu face à vítima, o que por si só já demonstra a crueldade da conduta e a condição de indefesso da mesma", disse.
Investigações
Victor e Jéssica Jordão, mãe da vítima, iniciaram o relacionamento em 2020, mas passaram a morar junto em 2021. O síndico do prédio viu as imagens das câmeras de segurança e denunciou o caso na delegacia.
O caso foi comunicado à polícia em fevereiro e dois dias após a denúncia, a polícia chegou a ir até o edifício aonde a família morava para fazer diligências, mas Victor já havia se mudado com Jessica para um apartamento na Região Oceânica. Foi lá que, segundo a chefe de cozinha, ela foi vítima do cárcere privado e das agressões por parte de Victor.
Em julho, Jessica conseguiu fugir do cárcere. Segundo a vítima, ela teve chances de escapar outras vezes, mas não fez por medo. “Eu tinha medo. Queria sair com a minha filha nos braços e não conseguia. Eu tinha medo de sair de lá e deixar minha filha com ele, não sei o que ele poderia fazer. Eu só sai sem a criança depois de um tempo porque estava passando mal e com hemorragias decorrente do aborto”, disse. Ela alega ainda que está sem ver a bebê há, pelo menos, dois meses.
A polícia iniciou as investigações do caso após ter conhecimento das imagens das câmeras de segurança do prédio que mostram as agressões. Informações chegaram a circular que ele havia sido internado em uma clínica psiquiátrica, mas foi negada pela família.
A defesa de Victor alegou, no entanto, que entrou com um habeas corpus preventivo, se antecipando a uma decisão da Justiça.
Acusação
A família do agressor levantou acusações contra Jessica, informando que ela seria acusada de tráfico de drogas. A informação foi confirmada por ela, que se defendeu.
“Eu estava grávida do meu primo filho, que hoje tem quatro anos, na época, além disso, estava desempregada e sem apoio. Foi quando surgiu essa oferta de participar de tráfico internacional. Me falaram que seria rápido. Eu, sem opção, sem auxílio e sem ajuda, no desespero, acabei aceitando e me arrependo. Fiquei presa por quatro meses, fui julgado, sai em prisão domiciliar e desde então trabalho de carteira assinada, não me envolvi com mais nada. Só cuido do meus filhos e trabalho de forma honesta”, afirmou Jessica.
Outras agressões
Essa não é a primeira vez que Victor é acusado de agressão. Em 2013, ele agrediu a mãe e uma ex-namorada. Em 2017, ele teve outra acusação também. Ele também tem outro filho, mas a Justiça decretou a perda do poder familiar dele da criança cuja qual ele é genitor. Ainda não se sabe a razão dessa decisão nesse último caso citado. Procurada, a mãe do rapaz nega que tenha sido agredida pelo filho.
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