Cidades
Witzel é empossado governador do Rio
O governador eleito Wilson Witzel e o vice-governador eleito, Claudio Castro, tomaram posse nesta terça-feira (1º), na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj). Witzel e Castro prestaram o juramento constitucional e assinaram o termo de posse.
O presidente da Alerj, André Ceciliano, realizou a abertura oficial, convidando o governador e o vice-governador para a Mesa Diretora da assembleia. Em seguida, a Banda Sinfônica dos Fuzileiros Navais apresentou o Hino Nacional.
Depois da abertura oficial da cerimônia e da leitura do compromisso constitucional de posse, o governador Wilson Witzel agradeceu a confiança da população fluminense e se comprometeu a atender ao desejo de mudança da sociedade.
"O meu primeiro agradecimento é ao povo, com quem assumo o compromisso de não deixar apagar essa chama de confiança em um futuro melhor para o Estado do Rio. Trago na bagagem a mesma coragem que a toga e a experiência como juiz federal tão bem me ensinaram e que muito me ajudarão a governar este Estado. A página que hoje começamos a escrever na história do nosso Estado expressa a vontade soberana da maioria da população, que a mim confiou o destino do Rio pelos próximos quatro anos. É chegada a hora de libertar o Estado da irresponsabilidade e da corrupção, que marcaram as últimas duas décadas da política estadual", disse o governador, agradecendo às autoridades presentes e à primeira-dama, Helena Witzel.
Servidor
Em seu discurso, o governador também se comprometeu a valorizar os servidores, aposentados e pensionistas do Estado do Rio de Janeiro.
"Aos servidores públicos, aposentados e pensionistas do Estado do Rio de Janeiro: minha homenagem e minha solidariedade. Podem ter certeza de que tudo farei para melhorar as condições de trabalho e resgatar a sua dignidade e a de suas famílias. Sob a proteção de Deus, renunciei à minha carreira na magistratura federal e iniciei uma jornada que simbolizou, além de minha indignação, um ato de amor ao nosso Estado", afirmou.
Recursos
Durante a cerimônia, Wilson Witzel destacou que vai trabalhar para unificar o Estado do Rio de Janeiro, garantir mais recursos para os municípios fluminenses, além de racionalizar os custos, independentemente de ideologias partidárias.
"Também buscaremos apoiar o Governo Federal no processo de mudanças de ordem tributária, previdenciária e econômica, para garantir o futuro das próximas gerações e inverter a pirâmide de arrecadação, com a descentralização dos serviços e atribuições", destacou.
Segurança pública
O governador afirmou ainda que vai investir na reorganização da estrutura da Segurança Pública. Para aproximar as instituições e permitir que a segurança se torne uma política pública da responsabilidade de todos os poderes, será implantado o Conselho de Segurança.
"Vamos reorganizar as estruturas policiais para serem capazes de investigar e prender aqueles que comandam o crime organizado e fazem da lavagem de dinheiro a fonte que abastece o comércio de drogas, armas e corrupção. Usarei todos os meios e conhecimentos para derrotar o crime organizado, reconstruindo, reaparelhando, aperfeiçoando o processo penal e as estruturas judiciais, treinando nossas forças policiais, e colocando à disposição dos profissionais da segurança todos os instrumentos para conter essa ameaça à nossa democracia. A mudança em nossa estrutura de segurança é fundamental para aproximar as instituições que compõem todo processo criminal, sendo a atividade policial apenas uma parte deste gigantesco aparato de punição e ressocialização", disse.
Cultura
Segundo o governador, o fortalecimento da cultura em toda sua diversidade e da educação será tratado como política pública estratégica tanto para o desenvolvimento humano quanto para a retomada do crescimento econômico do Rio de Janeiro.
"O resgate moral da nossa cidadania também passa pelo fortalecimento da cultura. Tanto no que diz respeito à educação quanto à saúde, trabalharemos para integrar todos os órgãos federais, estaduais e municipais com vistas a reduzir custos e melhorar o acesso e o atendimento de forma mais racional. É grande o desafio de manter os serviços públicos em condições dignas de funcionamento e, ao mesmo tempo, reorganizar os gastos", ressaltou.
Economia
De acordo com o governador, outro desafio de seu mandato é a retomada do crescimento econômico com geração de emprego e renda em todo o Estado do Rio de Janeiro. Segundo Witzel, o Estado tem papel fundamental como indutor desse processo, garantindo segurança jurídica e credibilidade aos investidores.
"A produção do campo é um dos pilares do desenvolvimento no interior. O território fluminense é abençoado pela diversidade natural e climática, viabilizando produzir todo tipo de alimento com qualidade. Construiremos uma política consistente para a agricultura e a produção pesqueira, dando atenção especial à agricultura familiar, ao garantir o acesso ao crédito, à tecnologia e à assistência diferenciada", afirmou.
Turismo
Outra meta estratégia do governo é o fortalecimento e ampliação do setor produtivo do turismo, que o governador chamou de novo petróleo do Rio de Janeiro, em consonância com diretrizes ambientais sustentáveis.
Perfil
Wilson Witzel é doutorando em Ciência Política, mestre em Processo Civil e professor de Direito Penal Econômico há mais de 20 anos, tendo passado por instituições como a Fundação Getúlio Vargas (FGV) e a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj). Nascido em Jundiaí, aos 19 anos mudou-se para o Rio, onde foi fuzileiro naval e defensor público.
Ingressou na magistratura em 2001 e atuou em varas cíveis e criminais, inclusive no combate ao crime organizado. De 2014 a 2016, exerceu o cargo de presidente da Associação dos Juízes Federais do Rio de Janeiro e Espírito Santo (Ajuferjes).
Após 17 anos como juiz federal, deixou a magistratura e filiou-se ao Partido Social Cristão (PSC) em março de 2018, tendo sido eleito governador do Estado do Rio de Janeiro. É casado e pai de quatro filhos.
Participaram da cerimônia de posse o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia; o prefeito da Cidade do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella; o procurador-geral de Justiça, Marfan Martins Vieira; o cardeal do Rio de Janeiro, Dom Orani Tempesta; e outras autoridades.
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