Velório marca o adeus ao poeta do samba Nelson Sargento no Rio

Publicada às 14h26 / atualizada às 16h43

'Em Mangueira quando morre um poeta todos choram'

Os versos da canção 'Pranto de Poeta', de Nelson Cavaquinho, eternizada na voz do ilustríssimo Cartola, dois grandes nomes da música e da Mangueira, embalam agora a despedida de outro grande nome da agremiação: Nelson Sargento. O corpo do ícone do samba foi cremado no início da tarde desta sexta-feira (28), no Cemitério do Caju, Zona Portuária do Rio.

A cerimônia foi restrita a familiares e amigos do baluarte. Nelson morreu por complicações da Covid-19 nesta quinta (27), no Instituto Nacional do Câncer (Inca), no Centro do Rio. Ele tratava um câncer na próstata e acabou sendo infectado pelo vírus. O cantor havia sido vacinado com a segunda dose em fevereiro.

Homenagens

Símbolo maior da escola que também abriga outros grandes nomes da música, como Nelson Cavaquinho, Beth Carvalho, Cartola, Maria Bethânia, Chico Buarque, entre outros, o general do samba carregava na alma o amor pela música. Uma bandeira da Verde e Rosa e da Liga das Escolas de Samba foram estendidas sobre o caixão do sambista.

Em seguida, o corpo do sambista foi conduzido até o crematório ao som de 'agoniza mas não morre', samba composto por Nelson, entoado pelos presentes. Coroas de flores foram enviadas dos amigos e compositores Dudu Nobre e Zeca Pagodinho ao ídolo do samba. Fã do gênero e do sambista, o prefeito do Rio, Eduardo Paes, também enviou homenagem ao artista.

O presidente da agremiação, Elias Riche, comentou sobre a importância e o legado de Sargento.

"Sua partida deixará saudades em todos os amantes do samba e da cultura brasileira. A semente plantada por ele rendeu frutos que estarão eternizados junto à certeza de que “O samba agoniza, mas não morre” jamais. Com seu jeito fino e elegante, vai se juntar a Cartola, Nelson, Jamelão e outros bambas, fazer uma roda de samba e olhar por nós. A Estação Primeira de Mangueira agradece por tudo", finaliza.