Homenagens
Velório de João Donato é realizado ao som de música
Artistas e políticos enviaram coroas de flores
O velório do compositor e multi-instrumentista João Donato reúne familiares e amigos do músico que morreu aos 88 anos após ser internado com uma forte pneumonia. O falecimento dele ocorreu na madrugada desta segunda-feira (17). O que não faltou durante a despedida do artista foram homenagens. A Orquestra Sinfônica, por exemplo, se apresentou com músicas do próprio João e de Mozart. O velório, que foi aberto ao público, teve início às 11h e irá até as 15h no Theatro Municipal do Rio.
A viúva Ivone Belém, para quem Donato fez uma música, estava muito emocionada e foi amparada por amigos. No velório de João, havia coroas de flores de Zeca Pagodinho, Eduardo Paes, Caetano Veloso e do governador do Acre Gladson Cameli. O corpo será cremado no Cemitério Vertical Memorial do Carmo.
O filho do compositor, Donatinho, falou com a imprensa. Segundo ele, o pai estava bem antes de morrer, com energia e disposição.
Ele estava feliz e alegre, essa alegria que vai ficar para sempre
“Quantas músicas lindas, quantas gravações lindas ele deixou. Eu tinha muita vontade de fazer música com ele, temos um disco juntos chamado Sintetizamor e agora vai sair outro. Queria terminar enquanto ele estava vivo, vai ser o Sintetiza 2, mas não deu tempo. Esse novo álbum deve sair até o final do ano que vem. Ele estava bem, mas estava com uma idade avançada, e essas coisas acontecem né?”, contou.
O filho dele afirmou também que adorava tocar com o pai. “Ele nunca teve fronteiras. Se dava bem com todos e adorava se aventurar em qualquer estilo, com pessoas de qualquer idade. Quando eu tocava com ele, não parecia que tinha diferença de idade entre a gente, parecia que ele era um garoto como eu”, concluiu Donatinho que ainda chamou o pai de ícone e afirmou que pretende continuar o legado do pai.
O músico Alex Moreira, que atuou com João, contou que ele se sentia como um rapaz de 18 anos.
“O legado dele vive com toda sabedoria e alegria que está expressado nas músicas dele, nas coisas simples da vida. Ele sempre foi um cara feliz, brincalhão e espero que isso se eternize. Ele era mais do que músico, ele escreveu um estilo, colocou o estilo João Donato na música popular brasileira. Ele estava comemorando os 80 anos e disse “rapaz, me sinto com 18 anos, mas o meu corpo que fica me traindo” e acho que o corpo dele que traiu ele”, afirmou.
Uma amiga da família Leticia Zanzicur falou sobre a época em que trabalhou com ele.
“Foi incrível! Eu trabalhei com a produção de shows com o Donato por alguns anos, ele era amigo da nossa família também é toda vez eu agradecia por estar ali com aquela grandiosidade. Ele era especial com a fala, tinha cuidado com as pessoas, era genial. Ele cuidava de mim nas viagens, eu era mais nova, tinha 17 anos e ele tinha um cuidado, atenção, era generoso, simples, especial”, afirmou a advogada.
Sobre o artista
João Donato enfrentava uma série de problemas de saúde e, recentemente, havia sido diagnosticado com uma infecção pulmonar. Reconhecido como pianista, acordeonista, arranjador, cantor e compositor, o músico nasceu em 1934 em Rio Branco, no Acre.
Desde a infância, João Donato demonstrava paixão pela música, brincando com flautinhas de bambu e panelas. Com o tempo, recebeu como presente um acordeom de oito baixos e, posteriormente, um instrumento de maior porte.
Em 1945, mudou-se para o Rio de Janeiro junto com sua família, onde começou a tocar em festas escolares. Foi nesse período que conheceu o grupo Namorados da Lua e estabeleceu amizade com Lúcio Alves, Nanai e Chicão.
Quatro anos depois, já participava de jam sessions realizadas na casa de Dick Farney e no Sinatra-Farney Fan Club, do qual era membro.
Em 1951, teve a oportunidade de se apresentar no programa de música nordestina "Manhãs da roça", comandado por Zé do Norte, na Rádio Guanabara. Foi nessa época que começou a estudar piano.
A carreira profissional de João Donato teve início em 1949, quando se tornou integrante do grupo Altamiro Carrilho e Seu Regional. Nesse mesmo ano, gravou um disco de 78 RPM com as músicas "Brejeiro" (Ernesto Nazareth) e "Feliz aniversário" (Altamiro Carrilho e Ari Duarte).
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