Cidades
'Vamos morrer de fome', diz comerciante de Búzios em protesto
Centenas de pessoas protestam contra o fechamento da cidade de Búzios, na Região dos Lagos, no Rio de Janeiro, nesta quinta-feira (17). O restabelecimento do Decreto Municipal 1.366/2020, de 21 de março, que encerra todas as medidas de flexibilização, causou descontentamento entre os moradores da região, principalmente nos comerciantes locais.
"Búzios não parou para as eleições e não vai parar para o trabalho", declara uma comerciante de 23 anos que mora no local. De acordo com ela, o comércio ficou fechado durante sete meses e os moradores estavam apostando na alta temporada para recuperar o prejuízo.
"Covardia o que o juiz está fazendo. Amanhã [sexta] o fórum entra em recesso e aí só depois de fevereiro. Da primeira vez todos fomos pegos de surpresa. Se fechar hoje [quinta] todos vamos morrer de fome. O pouco de dinheiro que tínhamos, investimos para o verão. Estamos zerados e contando com a alta temporada", contou a comerciante.
Para outra comerciante, a situação seria menos assustadora se houvesse um planejamento.
"A situação foi horrível da primeira vez, fiz muitas dívidas, estava contando com o trabalho na praia. Agora, do nada mandam parar. Acho errado avisarem em cima da hora. Precisamos trabalhar", desabafou.
O restabelecimento do decreto promove o fechamento das praias, quadras poliesportivas, estabelecimentos comerciais, hotéis, pousadas e restringe a entrada na cidade somente aos moradores. Além disso, restaurantes só estão autorizados a funcionar em sistema de delivery.
Procurado, o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro informou que "ainda não consta no processo o pedido de recurso do município".
Em nota, a Prefeitura de Búzios informou, que nesta quinta-feira (17), já entrou com recurso para reverter a decisão judicial que suspende os efeitos do Decreto Municipal 1.533/2020, de 10 de dezembro de 2020, restabelecendo o Decreto Municipal 1.366, de 21 de março de 2020.
"A Prefeitura de Búzios se solidariza com toda a população e se compromete a ter uma resolução o mais breve possível", informou a nota.
Atualizada às 18h
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