Alegria
Tutora reencontra cadela sumida desde janeiro: 'Emoção enorme'
Mel chegou nadando a uma ilha de Maricá
Maricá - Uma história com final feliz! Após quatro meses presa nas Ilhas Maricás, em Itaipuaçu, a cerca de 4 km da Praia de Itaipuaçu, a cachorrinha Mel está de volta ao lar, sã e salva. Desaparecida desde o Réveillon, a cadela foi resgatada graças a iniciativa de um pescador e um guarda-vidas, na semana passada. A 'doguinha' precisou ficar alguns dias internada, numa veterinária do bairro, mas recebeu alta na última terça-feira (3), para a alegria da família, da qual faz parte há nove anos.
A dona da Mel, Cássia Oliveira, de 38 anos, ao lado da mãe, Antônia Maria Santos, de 59, que mora no mesmo quintal, conta que a encontrou na rua e a adotou. Como elas moram perto da praia, a vira-lata tinha o hábito de ir até a areia frequentemente, acompanhada ou sozinha, e voltar em pouco tempo. No Réveillon, a família não estava em casa e, assustada com os fogos de artifício, Mel fugiu e não voltou mais.
“A gente ficou desesperado, procurando por ela em todos os lugares. Divulgamos no Facebook também. Onde falavam que ela estava, a gente ia, mas nunca encontrava. Na semana passada, nós recebemos uma mensagem de que ela tinha sido encontrada nas Ilhas Maricás. A princípio, a gente não acreditou”, lembra Cássia.
Latido vinha do alto da ilha
O pescador Manoel Moura, mais conhecido como Manelzinho, de 60 anos, que atua na região há 40 anos, foi recolher sua rede em janeiro e escutou um latido de cachorro vindo do alto da ilha. Falou com o parceiro que estava ao seu lado, mas ele não acreditou.
“Acharam que eu estava maluco, mas fiquei olhando e vi o cachorro, embaixo de um pé de cactos. Depois, meu parceiro também viu, mas a gente não conseguia chegar perto porque ele se escondia na moita de cactos, um lugar de difícil acesso. Como eu pesco quase todo dia, voltava e tentava chegar no cachorro, mas ele entrava mato a dentro. Aí eu deixava a comida e vinha embora. Esse cachorro chegou na ilha nadando! Isso não é história de pescador”, garante Manelzinho.
Resgate
No dia 28 de abril, o pescador deu apoio ao concurso realizado pela Secretaria de Proteção e Defesa Civil e, na oportunidade, contou sobre o cachorro preso na ilha, que estava alimentando à distância, e pediu ajuda. Após a avaliação, ele e o guarda-vidas Carlos Alberto, mais conhecido como Theo, seguiram para o local, para mais uma tentativa de resgate.
“O agente desceu do barco, procurou pelo cachorro e não achou. A comida estava toda lá e como não tinha urubu no local sabíamos que o animal ainda estava vivo. À tarde, outro pescador me ligou, avisando que tinha achado o cachorro, caído entre as pedras, ainda vivo. Acionei o guarda-vidas de novo e ele me deu todo apoio. A gente voltou lá e resgatou o cachorro”, explica Manoel.
Filha de Manelzinho, Dayane Abreu, de 33 anos, aguardava o pai na praia. Foi ela, junto com o guarda-vidas Carlos Alberto, que levou a cachorrinha até a veterinária mais próxima, na Rua 66.
“Vimos que ele estava desidratado e corria risco de morrer. Na mesma hora, levamos à veterinária. Não tínhamos nenhum real no bolso, mas fomos muito bem recebidos. Colocaram ele no soro e prestaram os primeiros socorros. Foi quando descobrimos que era fêmea. Ela ficou internada e quando voltei lá, no dia seguinte, o Fábio, um funcionário do local, disse que tinha reconhecido a cadela e que a família estava atrás dela”, explica Dayane.
O secretário de Proteção e Defesa Civil, Fabrício Bittencourt, comentou sobre a surpreendente história, parabenizado os envolvidos. “A equipe fez contato comigo e lógico que eu autorizei o resgate. Trouxeram o animal para a praia em estado bem debilitado, quase na fase final da vida. Essa história tornou-se bastante emocionante, principalmente por ela ter se recuperado, pelo tempo do desaparecimento e o reencontro feliz. Parabéns a todos os envolvidos por essa ação do bem!”, concluiu.
Reencontro da família com Mel
Um conhecido de Cássia mandou uma foto da Mel, dizendo que a reconheceu. Na clínica, a cachorrinha recebeu antibióticos e vitaminas. Embora estivesse bastante machucada, não teve nenhuma lesão grave, nenhuma fratura, apenas um problema no rim por ter ficado muito tempo sem água. A família foi imediatamente ao local para reencontrá-la.
“Foi uma emoção enorme. A gente estava sofrendo muito durante esse tempo que ela ficou desaparecida. Por isso, nos emocionamos muito. Parecia que ela queria chorar também, mas estava muito fraquinha”, contou Cássia.
Em casa, Mel fez questão de reconhecer cada cantinho em que ficava, mas ainda está preferindo ficar quietinha, deitada na sala da casa, bem confortável ao lado do sofá. “Não tenho palavras, estou muito feliz, muito feliz mesmo, por ela ter voltado para casa. Foi um milagre de Deus e agradecemos a todos que ajudaram a trazer ela de volta. Amamos muito ela”, diz Cássia, bastante emocionada.
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