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    'Tudo caro', dispara consumidor sobre Ceia de Natal

    Publicado 23/12/2020 às 21:06 | Autor: Maria Costa
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    Consumidor sentiu no bolso o aumento nos preços. Foto: Karina Cruz

    A ceia de Natal promete ser mais discreta e com menos itens esse ano. Isso por conta do aumento nos preços de vários produtos tradicionais, resultado do impacto da taxa de câmbio e valorização do dólar. O fator da pandemia também figurou como fator que contribuiu para salgar a ceia.

    Levando em conta o acréscimo no valor dos ingredientes, os consumidores têm buscado opções com menor custo ou priorizado apenas os pratos mais essenciais na refeição natalina. Em pesquisa realizada pelo Plantão Enfoco, em quatro dos principais supermercados de Niterói, os valores acabam variando consideravelmente e pesquisar ainda é opção para quem deseja fazer a compra de última hora.

    Em um supermercado da Zona Sul, o preço do peru tradicional, por exemplo, pode ser encontrado por até R$22,98 o quilo, enquanto no Centro, o mesmo produto pode ser encontrado por R$18,48. Na Zona Norte, ainda possível encontrar o peru de Natal por R$ 17,98, uma diferença de 24,35% das zonas Sul para a Norte.

    O preço da ave Chester , por sua vez, foi encontrada variando entre R$18,99 e R$22,99. Já o Tender, pode ser encontrado R$ 49,98 na Zona Sul, o quilo e por R$ 29,98, no Centro. Cerca de 40% de variação. 

    Quem optou pela compra de frutas cítricas também precisou pesquisar ou abrir mão. O damasco e ameixa seca foram encontrados por R$ 12,30, cada 125 gramas, além das castanhas caramelizadas por até R$ 24,69, a cada 150 gramas. 

    Apesar das diferentes marcas e tipos, o panettone e chocottone, tradicional guloseima da festa natalina, foram os que apresentaram maior variação entre as regiões pesquisadas. No Centro, por exemplo, o consumidor se deparou com panetone de até R$ 29,98, enquanto na zona norte da cidade pode ser encontrado o mesmo produto, mas de marca diferente, por R$ 8,99 uma variação em mais de 200% . Já o pão de rabanada deve garantir presença na mesa sendo encontrado por R$ 4,99.

    Para a economista da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, Maria Beatriz de Albuquerque, o aumento nos preços é resultado da importação e exportação, impactando nos produtos a partir da taxa de câmbio, além da insegurança e vulnerabilidade econômica do Brasil.

    “Todos os alimentos subiram, seja por questões climáticas, de entressafra, valorização do dólar ou maior demanda devido ao auxílio emergencial. Portanto, os consumidores em todos os casos enfrentam preços mais elevados”

    Uma opção recomendada pela especialista é trocar um item por outro mais barato.

    “A saída é fazer uma cesta mais brasileira com produtos locais e substituir a ave por uma mais barata e o bacalhau por peixe”, conclui.

    Consumidores confirmam os preços salgados e a necessidade de economizar, substituindo itens por similares mais básico. É o caso da pedagoga aposentada, Leila Pereira, em compras.

    “Absurdamente caro, com o dólar lá em cima estão extremamente caros os produtos. Está descontrolado essa inflação, os preços dos alimentos estão descontrolando, esse momento não está bom para quem é trabalhador assalariado, está difícil”

    Essa troca de ingredientes também será percebida na ceia da dona de casa Creilucia Lima, que optou por driblar os custos levando para casa apenas ingredientes necessários, visando apenas os valores mais baixos. 

    “Tudo caro! Para  conseguir garantir minha ceia, estou escolhendo o que cabe no meu bolso, levo o peru ou levo chester, pega o bacalhau e leva metade. Atualmente, estou escolhendo mais o preço do que a qualidade”, explicou.

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