Cidades
Tiros e chamas em Charitas
Ônibus incendiados e fornecimento de energia elétrica interrompido no final da tarde desta sexta-feira (31) no bairro de Charitas, na Zona Sul de Niterói, por conta de uma manifestação realizada por moradores da comunidade do Preventório na Avenida Prefeito Silvio Picanço. Motoristas também relataram tiros disparados a partir da comunidade.
Segundo a Polícia Militar, por volta de 17h30, moradores iniciaram um protesto acusando a PM de ser responsável pela morte de um mototaxista de 16 anos que, segundo eles, atuava na região e não fazia parte do bando de criminosos na comunidade. Na manhã desta sexta uma operação policial foi realizada na região e houve troca de tiros resultando na morte de dois homens, que de acordo com a PM seriam do tráfico de drogas atuantes na região.
Para garantir a ordem e liberação do tráfego de veículos, o Batalhão de Choque foi acionado para auxiliar o 12º BPM (Niterói) e garantir a fluidez nas pistas. Por volta de 20h, policiais militares entraram na comunidade, onde novos confronto foram registrados.
Trânsito e Barcas
Por conta da manifestação o tráfego de veículos na Avenida Professor Silvio Picanço ficou comprometido, assim como o túnel Charitas-Cafubá que ficou interditado por mais de uma hora. Segundo a concessionária CCR Barcas, que administra a Estação de Catamarãs, o espaço continua iluminado a partir de gerador. Por conta dos tiros usuários do transporte optaram por ficar dentro da estação.
O Corpo de Bombeiros informou que ninguém ficou ferido no incêndio provocados nos três coletivos. Policiais militares já foram deslocados, A NitTrans informa que dez agentes estão orientando o trânsito em Charitas e no Cafubá. A recomendação é de que os motoristas que seguem para a Região Oceânica utilizem a Avenida Rui Barbosa até o Largo da Batalha. No sentido Centro, a opção também é pelo Largo da Batalha, descendo pela Estrada da Cachoeira até São Francisco ou pela Estrada da Garganta até Santa Rosa.
Em nota o Sindicato das Empresas de Transportes Rodoviários do Estado do Rio de Janeiro (SETRERJ) informou que os coletivos incendiados, dois são da empresa Ingá e um é da Expresso Miramar. Além disso, um veículo da Viação 1001 foi apedrejado, mas o motorista conseguiu sair antes de incendiarem o veículo. Um coletivo da Viação Pendotiba, do novo modelo, BHLS, também começou a pegar fogo, mas o motorista conseguiu apagar o incêndio antes que se alastrasse, e fugiu com o ônibus.
Ainda de acordo com o SETRERJ, como os ônibus não são segurados para esse tipo de ocorrência, o prejuízo é arcado pelas empresas operadoras, portanto podendo resultar em repasse no valor das passagens. O sindicato informa que um único ônibus modelo tradicional, como os incendiados, custa aproximadamente meio milhão de reais.
Em nota o Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Passageiros de Niterói a Arraial do Cabo (Sintronac) informa que repudia os ataques terroristas, que levaram à destruição total dos ônibus e acrescenta que há anos denuncia às autoridades públicas do Estado a escalada da violência nos municípios de sua atuação, principalmente em Niterói e São Gonçalo, mas a situação só piora.
Segunso a categoria, milhares de rodoviários se encontram em tratamento psicológico e psiquiátrico como consequência das ações de marginais. Os profissionais motoristas e cobradores, assim como os passageiros, estão em uma posição muito frágil, com suas vidas ameaçadas. Casos de ataques a ônibus, por tiros ou por fogo, se tornaram comuns nessas cidades.
Para o Sintronac, trabalhador não incendeia ônibus, pois depende desse meio de transporte. Quem age com violência contra os coletivos são os bandidos covardes. Mais uma vez, o sindicato reitera que, se não houver uma resposta do Estado para o que considera 'onda aparentemente sem fim de violência', que ameaça os rodoviários, a circulação dos coletivos em áreas de risco será suspensa, mesmo que um desses locais seja em uma importante via para o planejamento do trânsito de Niterói.
Luz
O incêndio nos coletivos atingiu a fiação elétrica em postes provocando falta de luz em parte de Charitas, incluindo a Maternidade Alzira Reis - que informou que a unidade funciona normalmente com o uso de um gerador. A concessionária Enel, responsável pelo fornecimento de energia elétrica na região, confirmou que o incêndio em um dos ônibus provocou um desarme que afetou o fornecimento de energia para clientes no bairro de Charitas. Técnicos da companhia já estão no local para realizar os reparos.
Colaborou Layane Ramos
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