Tragédia
'Sorriso contagiante', diz amiga de jovem atropelada em Niterói
Enterro de Jennyfer aconteceu nesta sexta, em São Gonçalo
Parentes e amigos de Jennyfer Souza de Medeiros, de 20 anos, deram o último adeus à jovem nesta sexta (16), no Cemitério Parque da Paz, no bairro do Pacheco, em São Gonçalo. A menina morreu após ser atropelada por um ônibus na Avenida Visconde do Rio Branco, no Centro de Niterói, na última quarta-feira (14). O velório dela ocorreu na parte da manhã e ela foi sepultada por volta das 13h.
Jennyfer é considerada pela família como uma menina boa, religiosa e que era sempre carinhosa com todos. Ela havia acabado de tirar sua carteira de habilitação.
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A tia dela, Mariana Monteiro, de 27 anos, disse que a mãe de Jennyfer não teve condição de ir até o sepultamento. Ela está em casa a base de remédios. O avô materno também passou mal antes de sair e, por isso, a família preferiu que ele não fosse. Jennyfer morava com a mãe, o pai e o irmão de 16 anos. No mesmo quintal, morava a avó e o avô paternos. Todos eles moravam no Jockey.
“A gente sempre se dedicou para o nosso futuro e ela aprendeu isso. Hoje, estava estudando para ser enfermeira”, contou.
O Natal acabou. Tínhamos feito planos de nos reunir, mas agora acabou. Era ela quem trazia alegria, brincava. Em casa, ela começava a louvar. Era uma menina dedicada, amiga, que desde a escola lutava muito pelo que queria
Jennyfer acordava cedo para ir trabalhar. Ela largava da lanchonete em que trabalhava por volta das 14h e de lá seguia para a faculdade.
A família planejava um Ano Novo diferente: eles iam passar o dia na Ponta da Areia. “Sempre passávamos na igreja e esse ano seria diferente. Já estava tudo organizado, ia ser um passeio diferente, mas agora não vamos conseguir fazer mais nada sem ela”, disse a diarista.
A última conversa de Mariana com a sobrinha era sobre elas marcando de irem em um culto de igreja juntas na última quinta-feira (15), o que não aconteceu. “Eu fiquei sabendo por telefone, me ligaram contando e meu marido foi quem reconheceu o corpo no IML naquela mesma noite do acidente. Estou dormindo a base de remédio, é difícil, muito mesmo. Ela sempre me mandava mensagem falando “titia, quando você vai fazer quando aquela comida gostosa?” Ela adorava que eu fizesse arroz com mexilhão ou estrogonofe de camarão”, contou a tia da vítima.
Uma outra característica de Jennyfer era a fé. Desde nova, ela ia para a igreja, como contou a amiga dela de igreja Karol Metello, de 26 anos.
“A última vez que a encontrei foi há duas semanas. Foi quando ela conheceu minha filha de seis meses. Eu e meu esposo brincamos com ela e perguntamos se ela já tinha feito 18 e ela disse que já tinha 20. Eu e ele falamos como estávamos ficando velhos. Ela era muito alegre e o sorriso era contagiante”, contou a do lar.
A jovem saía do trabalho quando o acidente aconteceu. Ela era missionária de uma igreja evangélica. Durante o velório, as pessoas cantaram louvores e pregações. Ao final, houve uma salva de palmas para Jennyfer.
O caso
Jennyfer foi morta atropelada por um ônibus na tarde da última quarta (14), no Centro de Niterói. Segundo testemunhas, o acidente aconteceu na Avenida Visconde do Rio Branco, na pista sentido Terminal Rodoviário, na altura da Estação das Barcas.
Ela atravessa a via na faixa de pedestres, mas com o sinal aberto para os veículos, e não percebeu a aproximação do coletivo da linha 46. Ela fazia a travessia da calçada junto aos prédios para o largo da estação. O Corpo de Bombeiros foi acionado por volta das 14h e já encontrou a menina morta. O caso foi registrado na Central de Flagrantes (76ª DP).
O Setrerj, que representa os consórcios Transnit e Transoceânico, lamentou o acidente que levou à morte de Jennyfer. E disse que o motorista da linha 46 (Várzea das Moças - Centro), da viação Pendotiba, já prestou depoimento à polícia.
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