Fornalha
Sem ar, passageiros sofrem com calor dentro dos ônibus no Rio
Eduardo Paes chegou a suspender pagamento aos consórcios
Viajar de ônibus em algumas linhas do Rio nestes dias de calor não tem sido tarefa fácil para passageiros. Muitos coletivos não possui o ar-condicionado e, com temperaturas elevadas e sensação de 50 graus, o espaço acaba virando um verdadeiro forno.
A aposentada Glória Regina, de 66, mora no Méier, e tem costume de todos os dias ir na casa da filha, que fica na mesma região. Indignada com a situação, ela relatou como foi sua viagem.
"Só tenho uma palavra para descrever, porcaria. Isso é um desrespeito com o passageiro", disse.
Alguns ônibus até tinham o equipamento, mas de acordo com passageiros, estavam desligados
Quem esperava os ônibus em um ponto da Avenida Edgar Romero, em Vaz Lobo, reclamava da situação que iria encontrar.
"É desumano viajar sem ar-condicionado com esse calor que está fazendo no Rio. Essas empresas têm que receber uma punição. Pagamos uma passagem cara, queremos no mínimo conforto", disse o eletricista Nelson de Azevedo, de 45 anos.
"É massacrante, surreal viajar nesse calor. O povo está sendo massacrado de todas as formas. O ar é essencial", contou o maqueiro Damião de Oliveira.
Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), a temperatura máxima para esta quarta-feira (18) foi de 33°C, mas passageiros relataram sensação de 38°C dentro dos ônibus.
"Parece que viajamos dentro de uma lata de sardinha, um calor muito forte, parecia até que estava 38°", disse a cabeleireira Lídia Dantas, de 39 anos.
Alguns ônibus até tinham o equipamento, mas de acordo com passageiros, estavam desligados.
Medidas
O prefeito Eduardo Paes (PSD) decidiu endurecer com as concessionárias responsáveis pelos coletivos na cidade e antecipar a aplicação das novas regras que reduzem os subsídios pagos às empresas, cujos ônibus circulam sem ar-condicionado em pleno funcionamento.
A decisão tem previsão para começar a valer apenas a partir do fim de julho. A edição foi publicada no Diário Oficial nesta terça-feira (17). Cada ônibus flagrado pela fiscalização com o ar desligado ou com defeito terá o subsídio do dia integralmente cortado, independentemente da distância percorrida.
Passagem cara
Enquanto isso, ao valor da passagem sofreu um reajuste no último dia 7 deste mês. O preço saltou de R$ 4,05 para R$ 4,30. Segundo a prefeitura, a tarifa estava congelada desde janeiro de 2019.
"Fica difícil o carioca aceitar numa boa o aumento. As empresas só querem lucrar e não investir. Não consigo entender um transporte com tantos problemas na cidade", reclamou o porteiro, Cleber do Nascimento, de 54 anos.
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