Sonho interrompido
Corredor morto em São Gonçalo planejava filho com a esposa
Casal completa aniversário de casamento nesta quinta (10)

O atleta Lucas Celestino, de 27 anos, e a viúva Maria Eduarda Celestino, de 26 anos, iriam completar 1 ano e dois meses de casados nesta quinta-feira (10), data em que irá acontecer o sepultamento do rapaz que foi encontrado morto às margens da BR-101, na altura do Portão do Rosa, em São Gonçalo. O casal tinha planos de ter filho.
“Nós iríamos completar 1 ano e dois meses de casados hoje. Estávamos com planos de ter um filho”, disse a viúva.
Segundo Maria Eduarda, o marido morreu fazendo o que ele amava, que era correr. A polícia investiga se a causa da morte foi atropelamento. O sonho do atleta era participar do Ironman Triathlon, uma prova de triatlo de longa distância que consiste em nadar, pedalar e correr.
"Eu até falei hoje de manhã para os meus pais que ele morreu fazendo o que ele amava, porque ele nunca teve medo de morrer. Ele sempre falou para mim: 'se eu for, é porque Deus decidiu que fosse a minha hora. E se eu for correndo, eu vou ficar muito feliz'. Aconteceu assim, o semblante dele, era um semblante de paz”, contou.

Eu não vou questionar Deus porque foi feita a vontade dele. Meu marido fez a corrida mais longa da vida dele, ele fez a corrida para o céu, e eu aceito isso, pois ele está em um ótimo lugar
Os familiares contam que souberam da localização do corpo através de mensagens no WhatsApp. Eles ainda não tiveram acesso às câmeras da rodovia.

“Até o momento nós só estamos com o pedido para solicitar o acesso às imagens das câmeras. Depois do sepultamento vamos correr atrás disso”, relatou Adriana de Souza, tia de Lucas.
Ainda de acordo com os familiares, a avó de Lucas, uma idosa de 69 anos, na pode se despedir do neto por estar muito abalada. O velório aconteceu na capela São Miguel da Paz, no bairro São Miguel, em São Gonçalo.
Corrida no domingo

O treinador Auderi Moreira revelou que Lucas se preparava para uma corrida de 5km, que será realizado no próximo domingo (13), em Alcântara.
“Ele já estava escrito na corrida que era agora, domingo, em Alcântara, onde a gente iria participar, inclusive era uma corrida de cinco quilômetros, que é a prova que ele estava fazendo agora, e a partir disso a gente ia fazer uma nova preparação para maratona, que é onde ele estava se programando para poder me ajudar”, contou.
Moreira também lembrou o perfil do aluno.
“O Lucas era uma pessoa muito generosa, sempre sorridente junto com a gente. Contribuiu em tudo que eu fazia com ele em relação ao treinamento, junto com toda a equipe lá da corrida, que é a MD+. A gente estava sempre sorrindo, conversando, falando de coisas boas da vida, de religião. Então, era muito gostoso a gente conversar, dar risada. Era maravilhoso”, lembrou.
Relembre o caso

Na terça-feira (8), Maria Eduarda Celestino, de 26 anos, esposa do atleta, percebeu o desaparecimento do marido por volta das 7h30, ao acordar e notar que Lucas ainda não havia retornado da corrida matinal. Segundo ela, Lucas deveria estar no trabalho às 8h40, no estacionamento do shopping Multicenter, em Itaipu, na Região Oceânica de Niterói, onde atuava há oito meses como operador.
Estranhando a ausência, ela entrou em contato com dois supervisores do marido, que confirmaram que ele não havia comparecido ao trabalho. “Mandei mensagem para um supervisor e para outro chefe, e eles informaram que o Lucas não tinha ido. Ele saiu de casa sem nada”, contou.
Maria Eduarda então mobilizou familiares e amigos, incluindo a mãe de Lucas, Juliana Celestino, para iniciar as buscas. Familiares e amigos se dividiram em grupos e percorreram diversos bairros de Niterói e São Gonçalo em busca de pistas sobre o paradeiro de Lucas, que nunca havia ficado tanto tempo fora de casa sem dar notícias.


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