Justiça
Mulher trans morta em SG tem gênero reconhecido na certidão
'Agora enterrei minha filha', diz mãe da cantora Amanda Soares
A luta por reconhecimento e justiça para Amanda de Souza Soares Souza, uma mulher trans de 23 anos brutalmente assassinada em São Gonçalo, no dia 1º de fevereiro deste ano, alcançou um marco significativo nesta terça-feira (12).
Após um período de 45 dias de batalha, a irmã de Amanda, Rhayanny Souza, finalmente recebeu uma nova certidão de nascimento pós-morte, reconhecendo sua identidade de gênero como mulher trans.
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O documento foi entregue pelo Centro de Cidadania LGBTI Metropolitana I, localizado em Niterói, que forneceu apoio à família e acompanhou o caso de perto.
Na última sexta-feira (8), Dia Internacional da Mulher, o juiz André de Souza Brito havia determinado a requalificação civil pós-morte na certidão de nascimento e atestado de óbito de Amanda, durante uma audiência na Justiça Itinerante de Subregistro, na Cidade Nova, na Zona Central do Rio.
Visivelmente emocionada, a mãe de Amanda, Silvia de Souza, expressou sua gratidão pela decisão do juiz, enfatizando a importância de honrar a identidade de gênero de sua filha.
"Eu digo que enterrei meu filho há muitos anos, quando ela se assumiu pra mim. Agora enterrei minha filha. Ela merece ser enterrada com o nome que lutou tanto para ter. No Dia da Mulher, Amanda pode ir em paz. Se via como mulher e morreu por ser mulher trans", disse Silvia.
O caso
A cantora Amanda Soares, de 23 anos, mais conhecida como Mandy Gin Drag, foi assassinada a facadas, no bairro Jardim Nova República, em São Gonçalo, Região Metropolitana do Rio, na madrugada de quinta-feira (1º). O corpo da mulher trans foi encontrado em um terreno baldio, próximo a sua casa.
Segundo a Polícia Militar, "uma equipe do 7º BPM (São Gonçalo) foi acionada para o local e isolou a área". A equipe da Divisão de Homicídios de Niterói e São Gonçalo (DHNSG) realizou a perícia no local a fim de encontrar alguma evidência que possa contribuir na investigação.
Em seguida, o corpo da vítima foi removido por bombeiros militares e depois encaminhado para o Instituto Médico Legal (IML) de Tribobó.
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