Eca!
Flagrante assustador em supermercado de São Gonçalo
Foram descartados 380 quilos de alimentos impróprios

Um verdadeiro absurdo de higiene foi flagrado no supermercado Soberano, no Alcântara, em São Gonçalo, na última quarta-feira (3). Ratos, alimentos estragados e áreas de armazenamento em condições insalubres são algumas das denúncias, colocando em risco a saúde de quem frequenta o estabelecimento, que foi parcialmente interditado.
De acordo com a Vigilância Sanitária, foram apreendidos 380 quilos de alimentos, incluindo frango, carne, laticínios e pizzas, que estavam vencidos ou expostos de forma indevida.
Agora, o estabelecimento terá que se adequar às normas para conseguir funcionar integralmente. Segundo relatos, em alguns pontos do estabelecimento, ratos apareciam com o focinho para fora.
A ação no mercado foi motivada após denúncias feitas à Comissão do Direito do Consumidor da Câmara Municipal de São Gonçalo e à própria Vigilância.
"Considero inadmissível que o cidadão pague por alimentos que não atendem aos padrões exigidos pela Vigilância Sanitária. Isso é uma afronta ao consumidor e precisa ser combatido com rigor. Recebemos diversas reclamações não apenas desta unidade, mas também de outras lojas da mesma rede. Já havíamos fiscalizado a unidade de Mutuá e, inclusive, alertado que vistoriaríamos a do Alcântara, devido ao grande volume de denúncias enviadas pela população", disse o presidente da Comissão, vereador Glauber Poubel (Solidariedade).
No local, foram identificados falta de higiene e de asseio tanto no salão quanto no açougue, frigorífico e padaria, este último o local mais crítico, que foi interditado até que as irregularidades sejam sanadas, seguindo o prazo determinado pela própria Vigilância.
"Os fiscais emitiram uma série de exigências e foi estabelecido um prazo para que o mercado as cumpra integralmente. Continuaremos monitorando até que todas as determinações sejam atendidas", enfatiza Glauber Poubel.
Os alimentos apreendidos foram descartados: todos estavam fora de validade, mal acondicionados, impróprios para consumo e expostos de forma incorreta.
“Foram lavrados termos de intimação explicando o que eles precisam adequar no mercado, um auto de infração, passível de recurso, e que pode gerar uma multa. É uma infração gravíssima, que, segundo a legislação, tem multa mínima de 228 Ufisgs (Unidade fiscal de São Gonçalo, que vale R$49,44 cada)”, explicou o diretor do Departamento de Controle de Zoonoses e Vigilância Sanitária (DCZVS), Romário Brandão da Silva.
O que diz o Soberano
Procurada, a rede de supermercados Soberano ainda não se manifestou sobre o caso.
O que dizem a SEDCON e o PROCON
Por meio de nota, a Secretaria de Estado de Defesa do Consumidor (SEDCON) e o PROCON-RJ, informam que este ano, fiscalizaram mercados da rede em Niterói e São Gonçalo, encontraram graves violações dos direitos básicos do consumidor, especialmente no que diz respeito à saúde, à segurança e à informação adequada sobre os produtos oferecidos. Toneladas de alimentos foram apreendidos e uma das lojas chegou a ser interditada.
"Condições insalubres, presença de ratos, alimentos podres, produtos sem validade ou sem identificação e áreas de armazenamento inadequadas ferem diretamente o dever legal dos fornecedores de oferecer alimentos próprios para consumo e preservar a integridade física dos clientes", alertam os órgãos.
Diante de denúncias dessa natureza, a SEDCON e o PROCON podem adotar uma série de medidas, como a fiscalização imediata do estabelecimento, a apreensão e inutilização de produtos impróprios, a interdição total ou parcial do local e a solicitação de perícia técnica dos órgãos competentes, como o Ivisa.
Ainda conforme os órgãos, essas ações já foram observadas em operações anteriores, nas quais irregularidades estruturais como pisos quebrados, acúmulo de sujeira, sangue e vetores de pragas, que levaram à interdição dos espaços até que todas as condições fossem regularizadas e comprovadas por meio de relatórios técnicos e vistorias de limpeza.
Caso algum consumidor tenha adquirido um alimento vencido ou inadequado para consumo, é possível exigir o ressarcimento do valor pago ou a substituição do produto por outro em perfeitas condições, conforme prevê o Código de Defesa do Consumidor. Havendo dano à saúde, o consumidor ainda pode buscar reparação por danos morais e materiais.
"Após a atuação inicial, a SEDCON e o PROCON mantêm acompanhamento contínuo por meio da abertura de processo administrativo, concessão de prazo para defesa e fiscalização recorrente, principalmente em estabelecimentos reincidentes ou já monitorados. A reabertura só ocorre quando todos os requisitos sanitários e estruturais são cumpridos, garantindo que não haja risco ao consumidor", esclarecem no comunicado.
Por fim, além da atuação fiscalizatória, a SEDCON e o PROCON-RJ contam que também desenvolvem campanhas e ações educativas para orientar a população sobre seus direitos e sobre como identificar e denunciar estabelecimentos que apresentem condições insalubres. As operações amplamente divulgadas cumprem papel pedagógico e reforçam a importância da participação do consumidor na comunicação de irregularidades por meio dos canais oficiais de atendimento.

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