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    Problemão

    Rua vira mar de lama e causa transtornos a moradores em Niterói

    Eles reclamam da falta de pavimentação na região

    Publicado 20/10/2023 às 14:25 | Autor: Manuela Carvalho
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    Projeto de pavimentação tinha previsão para este ano
    Projeto de pavimentação tinha previsão para este ano |  Foto: Lucas Alvarenga

    A falta de pavimentação tem tirado o direito de ir e vir de quem mora no Muriqui Pequeno e Grande, em Niterói. Segundo relatos, a Secretaria de Obras e Infraestrutura havia prometido que, em 2024, um projeto de contenção, drenagem e pavimentação sairia do papel, mas os moradores alegam que não há nem um orçamento prévio para o início das reformas.

    Com a falta de resposta do órgão municipal, os moradores se uniram e protocolaram um novo documento, exigindo um posicionamento dos secretários Vicente Marins (Obra e Infraestrutura), Rafael Robertson (Meio Ambiente), Dayse Monassa (Conservação e Serviços Públicos) e do prefeito Axel Grael.

    Moradores precisam pagar do próprio bolso para conseguirem resolver os problemas

    "O secretário de obras prometeu que iria entrar, na LOA de 2024, a execução da obra definitiva. A pavimentação adequada, coleta de águas pluviais e das encostas. E até agora a gente está sem saber se vai ter recurso e empenho para fazer. A gente fica sem poder ir e vir, a estrada só piora, e ficamos nesse problema que, para mim, é quase definitivo", diz o morador Gabriel Azevedo, de 35 anos, empresário. 

    Quando chove, os transtornos são ainda maiores. Os buracos pelo caminho acabam enchendo de água e formando lama, conforme Sergio Rocha, de 73 anos, aposentado que mora no local há mais de 10 anos. Alguns carros chegam a atolar quando tentam passar pelas ruas e quem precisa caminhar até o asfalto, tem que ir de galocha.

    Sergio conta que o direito de ir e vir dos moradores está sendo violado
    Sergio conta que o direito de ir e vir dos moradores está sendo violado |  Foto: Lucas Alvarenga
    Aspas da citação
    Nossa rua, toda vez que chove um pouco mais forte, fica um caos. Nunca foi feito um trabalho definitivo aqui na rua, são sempre paliativos, não tem uma definição nunca
    Sergio Rocha aposentado
    Aspas da citação

    "A única obra feita aqui foi a colocação das calhas, mas a rua, em diversos pontos, tem uma inclinação contrária da calha, então esburaca a rua toda", explica.

    Segundo Sergio, os moradores precisam pagar do próprio bolso para conseguirem resolver os problemas. Ele conta que todo mês contrata alguém para ajudar na limpeza da estrada e a tapar os buracos.

    "A sensação que eu tenho é que estou sendo roubado. Eu pago quase R$6 mil por ano de IPTU, e tenho que pagar para consertar a rua. Eu não quero que abaixe o meu IPTU, quero que ele seja aplicado na minha rua! Eu já aluguei máquina, já comprei caminhão de material, e a prefeitura não toma providências", desabafa. 

    Segundo moradores, obras paliativas foram feitas e alguns materias foram 'abandonados' no caminho
    Segundo moradores, obras paliativas foram feitas e alguns materias foram 'abandonados' no caminho

    Muitos já tiveram prejuízos altos, como a troca de suspensão de veículos. Além disso, carros de aplicativos não entram mais no bairro, devido a falta de estrutura nas ruas.

    "Tivemos várias comunicações com as secretarias, tentando saber como se desenvolveu toda essa situação, qual o projeto financeiro elaborado para nós aqui, mas não tivemos respostas. Continuamos do mesmo jeito, sem poder trafegar pela nossa própria estrada", disse o agricultor Wilson Dias, de 66 anos. 

    Procurada, a Prefeitura de Niterói, através da secretaria de Obras e Infraestrutura, informou que o projeto está em fase de captação de recursos na LOA de 2024 e, após esta fase, será licitado/contratado o projeto. Logo após a conclusão, será submetido ao INEA.

    Já o Instituto Estadual do Ambiente (Inea) informou que, pelo fato da Prefeitura ser a responsável pelo licenciamento do empreendimento e da área a ser licenciada estar na Zona de Amortecimento do Parque Estadual da Serra da Tiririca, deve ser dada ciência prévia ao parque quanto ao projeto de construção. 

    "Após ciência, cabe ao Inea verificar se haverá impactos potenciais à unidade de conservação e apresentar, se for o caso, recomendações ao município, embora este detenha autonomia para emissão ou não da licença", diz a nota.

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