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Pesquisadores da Uerj mapeiam história da imigração no estado do Rio
Atlas histórico mostrará o legado de imigrantes

Quais são as principais nacionalidades estrangeiras presentes no território fluminense, onde se fixaram entre os séculos 19 e 20 e os processos migratórios mais modernos do século 21? Estas são algumas perguntas que serão respondidas pelo Atlas da Imigração no Estado do Rio, em desenvolvimento por pesquisadores do curso de História da Faculdade de Formação de Professores (FFP-Uerj), campus São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio. O lançamento da publicação está prevista para 2026.
"Apesar do Rio não ter uma forte tradição de pensar o tema, resolvemos dar visibilidade aos processos de fluxos migratórios do passado e do presente e trazer à tona o que existe de descendentes dos imigrantes espalhados no conjunto do Estado. Por isso, pensamos em elaborar o Atlas", disse o coordenador da pesquisa, o professor Luís Reznik.
De acordo com os pesquisadores, além de publicações já escritas sobre o tema e análise de censos, o grupo também foi a campo, ou seja, realizou visitas a centros de memória, institutos históricos locais e entrevistou estudiosos e descendentes para obter dados, depoimentos, documentos e fotografias dos imigrantes para entender os fluxos migratórios que moldaram a identidade cultural do estado.
Spoiler
Doutora em História Social, Julianna Oliveira Costa adianta algumas informações importantes já descobertas na pesquisa.
"Com exceção de Friburgo e Petrópolis com imigrantes alemães em grande parte, os portugueses são a maioria em todo o território do estado, embora invisibilizados por conta do nosso passado colonial. Mesmo sabendo que têm um avô, um bisavô português, as pessoas desconhecem a história da família", revelou Julianna que também integra o grupo da pesquisa.
A pesquisa é patrocinada com recursos da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio (Faperj), da qual fazem parte ainda o professor Rui Aniceto Nascimento, os doutorandos Marcelo Almeida e Vanessa Leita e o mestrando Caio Figueiredo.
"A publicação pretende ser uma ferramenta de referência tanto para pesquisadores quanto para o público em geral, valorizando a contribuição de diversas comunidades imigrantes na formação social, econômica e cultural fluminense", disse Marcelo Almeida.
Museu da Imigração da Ilha das Flores

O grupo de pesquisadores da FFP-Uerj estuda os processos migratórios para o Brasil há 15 anos a partir da criação do Centro de Memória de Imigração da Ilha das Flores, que estabeleceu uma parceria com a Marinha do Brasil para preservação da história do local, que fica às margens da BR-101 (Niterói-Manilha), no bairro de Neves, São Gonçalo.
Onde nos dias atuais está a base da Marinha foi uma hospedaria para imigrantes que chegavam ao Brasil, entre os anos de 1883 e 1996. Com a preservação histórica, a partir da parceria, o local passou a se chamar Museu da Imigração da Ilha das Flores, com visitação gratuita aberta ao público, de terça a domingo, das 9h às 17h. Mais informações sobre o museu estão neste site.


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