Acidente
Operário morre na hora após pedra cair e atingir cabeça na Rocinha
Esta é a segunda vítima fatal em menos de 1 ano
O operário Thiago de Souza Pinheiro, de 31 anos, foi atingido por uma pedra na cabeça e morreu na hora, nesta terça-feira (16), enquanto trabalhava na obra de contenção de encostas da Companhia Estadual de Habitação (Cehab) na Rocinha, na Zona Sul do Rio.
Segundo relatos, o acidente aconteceu enquanto a equipe se preparava para iniciar a instalação das hastes de sustentação das telas de proteção, quando uma rocha se desprendeu de um ponto mais alto e atingiu a cabeça do funcionário.
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Uma equipe do Corpo de Bombeiros chegou a ser acionada para resgatar Thiago, mas constatou o óbito ainda no local.
Falta de segurança
Este é o segundo caso em que um funcionário morre na obra de contenção na Rocinha. Denúncias enviadas ao ENFOCO alertam sobre falta de segurança no decorrer das intervenções.
Na primeira ocasião, o operário Marcos Paulo dos Santos Batista morreu após ser atingido com um cabo de aço transportado por um helicóptero. O caso aconteceu em setembro de 2023. Depois, outros acidentes foram registrados, deixando funcionários feridos, conforme relatos.
Segundo o profissional em Segurança no Trabalho, Felipe Travassos, a obra conta com diversas irregularidades e precisa ser interditada antes que mais fatalidades aconteçam.
"Os funcionários dessa obra não têm segurança nenhuma. É uma vergonha! A obra está totalmente errada, com diversas irregularidades e precisa ser interditada o quanto antes. Precisa também, urgentemente, colocar uma equipe de segurança do trabalho no local com um supervisor de acesso por cordas. Sem segurança, o risco de acidente é muito grande, correndo o risco de cair de uma altura de até 90 metros ou ser esmagado. Enquanto estiver assim, infelizmente mais pessoas correm risco de morrer", alertou.
O que diz os envolvidos
De acordo com o portal da Transparência do Governo do Estado, a intervenção teve início em agosto de 2022 e tinha previsão de ser concluída até dezembro de 2023, com um contrato no valor total de R$ 130 milhões. Com o atraso, a previsão passou para setembro de 2024.
A Companhia Estadual de Habitação do Rio de Janeiro (Cehab-Rj), por meio de uma nota, lamentou a morte do operário e afirmou que ele era contratado da empresa Agos.
"Importante ressaltar que o mesmo fazia uso de todos os equipamentos de segurança e estava em dia com os cursos específicos para este tipo de serviço".
Por fim, a Cehab afirmou que está apurando o caso e que a família da vítima está recebendo todo suporte da empresa, incluindo o apoio de um psicólogo.
Já a empresa Agos Serviços, a qual Thiago era contratado, não se pronunciou até o momento da publicação desta reportagem.
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