Vacine-se!
Coqueluche volta com força ao Rio; saúde faz alerta à população
Maior concentração foi identificada na Zona Sul da cidade
Com 100 casos de coqueluche confirmados em 2024, a cidade do Rio rompe a pausa de dois anos sem registros da doença. É que isso não ocorria desde 2021.
Para se ter noção, dados atualizados na capital fluminense superam o total de 94 casos registrados entre 2016 e o último ano que teve registro.
A cidade permanece sem registrar óbitos, de acordo com a Secretaria Municipal de Saúde. Dados sobre a cobertura vacinal com a pentavalente e DTP (primeiro reforço) estão disponíveis no painel EpiRio.
"Estamos intensificando as ações de vacinação no município para aumentar a cobertura vacinal. Por isso é importante que os pais e responsáveis procurem uma unidade de saúde para atualizar a caderneta de vacinação das crianças. A vacina é a principal forma de prevenção da doença. E em caso de suspeita da doença, procure sua unidade de saúde de referência", explica o secretário municipal de saúde, Daniel Soranz, em nota enviada ao ENFOCO.
Sintomas
A coqueluche, que causa uma tosse seca, forte e persistente, é caracterizada por crises que podem ocorrer várias vezes ao dia e durar até seis semanas. Esses sintomas podem ser particularmente graves para os bebês, que são mais vulneráveis à doença.
Em 2024, a maior concentração de casos foi identificada na Zona Sul do Rio, com 39 registros. Barra e Jacarepaguá, na Zona Oeste, somam 24 casos; enquanto na Zona Norte - Méier e Inhaúma, têm 13; Tijuca 10; Penha, Ramos e Ilha do Governador 7.
Madureira e Irajá, na Zona Norte, aparecem com 4; Centro 2 e Bangu e Campo Grande 1 cada.
A faixa etária mais afetada são crianças e adolescentes de 10 a 14 anos, com 40 casos confirmados.
Vacina abaixo da meta
A principal estratégia para prevenir a coqueluche é a vacinação. A vacina pentavalente, que protege também contra difteria e tétano, é administrada em três doses para bebês aos dois, quatro e seis meses de idade, com reforços aos 15 meses e aos 4 anos. No entanto, a cobertura vacinal no Rio de Janeiro está abaixo da meta, com apenas 87,72% da população-alvo vacinada, em vez dos 95% recomendados.
A baixa cobertura vacinal é motivo de preocupação, especialmente para os bebês, que correm maior risco de desenvolver formas graves da doença. As autoridades de saúde alertam que gestantes, profissionais de saúde em maternidades e UTIs neonatais, e trabalhadores de escolas e creches com crianças até 4 anos devem estar imunizados para proteger os mais vulneráveis e prevenir a propagação do vírus.
A falta de vacinação adequada está contribuindo para o aumento dos casos de coqueluche e destaca a necessidade urgente de reforçar a cobertura vacinal. As autoridades de saúde recomendam que todos os responsáveis estejam atentos ao calendário de vacinação e busquem os postos de saúde para garantir a proteção necessária.
Região Metropolitana
A Secretaria Municipal de Saúde e Defesa Civil de São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio, informa que a cidade teve 7 casos confirmados de coqueluche neste ano.
Já a Prefeitura de Maricá, por meio da Secretaria de Saúde, informa que registrou, em julho, dois casos isolados de coqueluche em uma mulher e uma criança (mãe e filha), ambas curadas. Até o momento, não há mais registros confirmados da doença na cidade.
"Vale reforçar que a principal medida de prevenção contra a doença é a vacinação. Os públicos-alvos são crianças menores de um ano, que fazem suas doses com dois, quatro e seis meses, totalizando 3 doses, mas o esquema vacinal só se completa com reforço aos 15 meses e 4 anos de idade. As gestantes e puérperas também são públicos-alvos, bem como profissionais da área da saúde, de acordo com critérios específicos", acrescenta em nota.
As vacinas que protegem contra a doença e estão disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS) são a Pentavalente – com 76% de cobertura vacinal em 2024 –, a DTP (76%) e a dTpa (63%). Os imunizantes fazem parte do calendário básico vacinal e estão disponíveis em todas as Unidades de Saúde da Família (USF) de Maricá, de segunda a sexta-feira.
Micheli Ferreira, coordenadora de Vigilância em Saúde de Maricá, diz que a cidade segue na vigilância.
“Seguimos vigilantes e destacando a importância da vacinação na cidade. Por isso, para estimular a adesão, as Unidades de Saúde da Família (USF) dos quatro distritos da cidade seguem realizando busca ativa dos usuários que precisam receber alguma dose em atraso”, destacou Micheli Ferreira.
Procurada, a administração municipal de Niterói ainda não forneceu dados da doença na cidade.
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