Cidades
Reajuste na tarifa de ônibus gera revolta em Niterói
Moradores de Niterói não ficaram nada satisfeitos com o anúncio do aumento no valor da passagem de R$ 3,90 para R$ 4,05 que entra em vigência a partir deste sábado (13).
"Acho um absurdo, ontem fui lá em Grajaú (bairro da Zona Norte do Rio) no ponto final e paguei esse preço, aqui nessa cidade ficamos dentro do ônibus de dois a três pontos, dependendo do lugar e a passagem é isso tudo", questionou a usuária de coletivos, Dhay Galdino.
Segundo a Prefeitura de Niterói, o reajuste já estava previsto a partir da correção de 3,8%, conforme contrato de concessão de serviços de transporte públicos assinado em 2012, pelo então prefeito Jorge Roberto Silveira.
Repercussão negativa
Com a polêmica, o advogado e vereador Bruno Lessa (PSDB), que foi presidente da CPI dos ônibus no município há 6 anos, mostrou-se favorável a tomar uma medida contra a autorização do Executivo sobre o atual reajuste, pois, segundo ele, está acima da inflação.
O parlamentar acionou o Ministério Público e a representação foi protocolada nesta sexta.
"Desde o início da atual gestão, os reajustes têm sido acima da inflação acumulada. O reajuste, de 2013 a 2019, foi de 47,27%, no acumulado, enquanto o Índice de Preços ao Consumidor (IPCA) no mesmo período foi de 40,69%", afirma Lessa.
Para o vereador, se os aumentos seguissem à risca a inflação, a tarifa, hoje, seria de R$ 3,40. Ele disse que mostrou ao Ministério Público (MP) que a medida "é ilegal e desrespeita o contrato de concessão".
O parlamentar também vai aproveitar a oportunidade, para indagar a Secretaria de Urbanismo e Mobilidade, por meio de um ofício, após a declaração do órgão sobre o aumento da climatização das frotas.
Segundo a Secretaria, a meta de ônibus com ar-condicionado passa a ser ampliada para 95%.
"Mais uma vez, a prefeitura atrela o aumento das passagens à climatização dos ônibus. O problema é que toda vez é esta mesma justificativa para o aumento e, na prática, não vemos melhorias", finalizou o vereador.
A declaração da pasta também não foi suficiente para acalmar os ânimos de quem precisa fazer uso do transporte público diariamente. Através da página do Plantão Enfoco, leitores se assustaram com o aumento da passagem.
"Não sei em qual local tem 95% das frotas com ar-condicionado, palhaçada. Serviço ruim, ônibus velhos, cada vez mais entupido de gente e péssimo. Só nós, os pobres que sofremos com esses reajustes pra variar", declarou a internauta Nájla Oliveira.
A última mudança nos valores das passagens foi feita em janeiro de 2017. Apesar de o contrato estipular oito reajustes, o Município autorizou quatro correções pelo IPCA.
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