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    Violência

    Protesto pede justiça por atendente: 'Vida vale mais que cupom'

    Familiares e amigos se reuniram em frente ao local do crime

    Publicado 11/05/2022 às 12:36 | Autor: Ana Fernanda
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    Manifestantes pedem justiça por atendente baleado no Rio
    Manifestantes pedem justiça por atendente baleado no Rio |  Foto: Karina Cruz

    Rio de Janeiro - Um protesto em frente ao McDonald's da Taquara, na Zona Oeste do Rio, reuniu familiares e amigos do atendente Mateus Domingues Carvalho, de 21 anos, que foi baleado na madrugada de segunda-feira (9) pelo sargento do Corpo de Bombeiros Paulo César de Souza Albuquerque. 

    O ato aconteceu de forma pacífica, apenas com o levantamento de cartazes e o pedido de justiça. Por conta do protesto, o estabelecimento não funcionou na parte da manhã.  

    Marcela Costa, tia da vítima, disse que o sobrinho vai precisar passar por cirurgia para reconstrução do intestino. Mateus perdeu o rim esquerdo. 

    Aspas da citação
    Ele ainda está no CTI, sem previsão de alta e vai passar por outra cirurgia. Achei que fosse mais rápido, mas não vai ser, vai ter que esperar mais três meses pra fazer a cirurgia e reconstruir o intestino. Não pode fazer agora porque ele passou por um procedimento recente
    Aspas da citação
     

    O estado de saúde de Mateus é estável. Ele segue internado no Hospital Municipal Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca

    "Ele está melhor, tá se recuperando bem. Tá estável, falando muito bem, tá emotivo. Mostrei os vídeos dos amigos, porque são a família dele também e ficou feliz".

    Ainda abalados com a violência, familiares pediram por justiça. 

    "Só queremos que a justiça seja feita. Só tem uma verdade. Além da palavra do Mateus, tem as imagens das câmeras de segurança que mostram o que aconteceu".

    Com o cartaz de "Nem sempre o cliente tem razão", a atendente Sharllayne Lorena Barbosa, de 22 anos, contou emocionada que presenciou o ato violento. 

    "Somos amigos próximos. Ele ia na minha casa e eu na dele. Trabalhamos no mesmo turno e mesmo horário. Na hora, coloquei a mão no ouvido e fiquei muita assustada, não consigo parar de pensar no que aconteceu. Podia ser qualquer um da gente.

    Outra amiga de trabalho comentou sobre a impunidade do autor do disparo.

    "Acho muito injusto. Meu amigo tá lá no hospital e ele solto. Querem mais provas do que aconteceu, só as imagens das câmeras de segurança não servem ? Os funcionários nunca serão escutados? Os clientes sempre vão ter a razão?", questiona a colega Ana Carolina.

    O desentendimento entre Mateus e o bombeiro aconteceu por conta de um cupom de desconto. Na ocasião, o cliente fez o pedido através do drive thru e depois da compra fechada, ele apresentou um cupom que daria desconto no valor total do lanche. 

    “Uma vida vale mais que um cupom”, dizia um dos cartazes levantados no protesto. 

    • Manifestantes pedem justiça por atendente baleado no Rio
      Manifestantes pedem justiça por atendente baleado no Rio | Foto: Karina Cruz
    • Manifestantes pedem justiça por atendente baleado no Rio
      Manifestantes pedem justiça por atendente baleado no Rio | Foto: Karina Cruz
    • Manifestantes pedem justiça por atendente baleado no Rio
      Manifestantes pedem justiça por atendente baleado no Rio | Foto: Karina Cruz
    • Manifestantes pedem justiça por atendente baleado no Rio
      Manifestantes pedem justiça por atendente baleado no Rio | Foto: Karina Cruz
    • Manifestantes pedem justiça por atendente baleado no Rio
      Manifestantes pedem justiça por atendente baleado no Rio | Foto: Karina Cruz
    • Manifestantes pedem justiça por atendente baleado no Rio
      Manifestantes pedem justiça por atendente baleado no Rio | Foto: Karina Cruz
     

    A Polícia Civil pediu a prisão temporária do autor dos disparos, porém uma decisão do Plantão Judiciário o deixou em liberdade. De acordo com a juíza Isabel Teresa Pinto Coelho Diniz, a prisão temporária é medida excepcionalíssima e deve ser usada somente quando houver elementos concretos de autoria. 

    O advogado do bombeiro alega que o disparo foi feito de forma acidental. O agente prestou depoimento na delegacia da Taquara (32°DP) e foi liberado. 

    Em nota, o Corpo de Bombeiro informou que, o sargento Paulo César terá que responder por seus atos na justiça comum. A Corregedoria da corporação abriu procedimento interno para apurar a conduta do militar. Ele teve o direito de porte de armas suspenso.

    O McDonald's lamentou a violência e disse que 'prestou socorro imediatamente ao funcionário, que foi levado rapidamente para o hospital pela polícia"' A empresa informou que está acompanhando o estado de saúde de Mateus e dando todo o suporte aos familiares.

    Questionados sobre se pretendem aumentar a segurança local, a rede ainda não respondeu.

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