Cidades
Praias do Rio têm poucas chances de receber óleo que atingiu Nordeste
Um grupo de trabalho liderado pela Marinha, Ibama e Ministério Público (MP-RJ) para conter nas praias do Rio, a chegada do óleo que atingiu o Nordeste, foi criado e instalado na Praça Mauá, no Centro da cidade. A informação foi passada nesta sexta-feira (29) em audiência pública da Comissão de Defesa do Meio Ambiente da Assembleia Legislativa (Alerj), realizada no Palácio Tiradentes.
A expectativa, segundo o capitão da Marinha Helder Velloso da Costa, é que se tenha uma ocorrência muito baixa ou nenhuma presença de resíduos desse óleo nas praias da capital fluminense - até o momento já foram recolhidos da fronteira do Espírito Santo ao município de Arraial do Cabo 370 gramas de óleo.
“Esses resíduos já foram analisados. Segundo estudos da nossa equipe, a previsão indica que teremos uma baixíssima ocorrência ou nenhuma presença desse óleo nas praias da capital”, enfatizou Hélder.
De acordo com o subsecretário executivo da Secretaria de Ambiente e Sustentabilidade do Estado do Rio, Mauro Farias, a quantidade encontrada em praias de outros municípios do estado não prejudica a comercialização de pescado e a utilização para banho.
“A População Fluminense, hoje, pode ficar tranquila. O órgão ambiental do Governo do estado está preparado para mitigar esses efeitos que por enquanto são ínfimos. Eu garanto, pela proximidade que venho tendo com os órgãos que estão atuando na contenção desse derramamento de óleo, não há risco quanto ao consumo de pesca no nosso estado. Inclusive, ainda não há nenhum comunicado do Ministério da Agricultura que proíba ou impeça essa comercialização”, disse.
A audiência foi importante para os deputados da comissão, mas eles ressaltaram que vão ampliar o diálogo com órgãos ambientais para entender os perigos do consumo dos pescados que chegam de outros estados.
“A situação no Rio é bastante controlada, o que nos tranquiliza, mas temos que estimular o Governo do Estado a criar iniciativas de contenção de qualquer dano ambiental que a nossa costa possa vir a sofrer. E o desdobramento desse assunto, principalmente quanto ao consumo de frutos do mar, será uma pauta importante que traremos para a Casa”, afirmou o presidente da comissão, deputado Thiago Pampolha (PDT).
Apoio da Petrobras
A equipe que fará esse monitoramento na cidade foi treinada por profissionais da Petrobras que atuaram nos estados do Nordeste.
“Colocamos uma média de 500 agentes operando, diariamente, nas praias dos estados mais afetados. Chegamos a ter 18 forças-tarefas nas praias, mas hoje temos apenas duas em Sergipe, onde ainda se recebe afluência desse óleo. Porém, esse acidente está em uma decrescente muito grande e a Marinha é capacitada para coordenar essa contenção no estado do Rio, por isso, eles vão estar à frente dessa atuação”, explicou a consultora ambiental da Petrobras, Margareth Bilhalva.
Ela ainda ressaltou que a dificuldade na identificação da origem da descarga oleosa e a densidade do óleo são fatores que atrapalham na contenção do avanço desse resíduo.
”Esse tipo de substrato é difícil de controlar. Só quando ele está na arrebentação, já na costa, que é possível ver e conseguir limpar o mar. Por ser muito denso, ele afunda e não é possível encontrá-lo por satélites e nem por sobrevoos de helicópteros”, argumentou Bilhalva.
Até o momento, a Petrobras já limpou mais de 600 km de praias na orla brasileira e coletaram 500 toneladas de resíduos.
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