Tragédia
'Por quê?', questiona mãe de criança morta soterrada na Tijuca
Caso aconteceu na comunidade Chácara do Céu nesta terça
Familiares da pequena Ayla Sophia, de dois anos, prestaram o último adeus à criança no cemitério São Francisco de Paula, no Catumbi, na região central do Rio, nesta quarta-feira (8). Ayla foi soterrada depois de um desabamento na comunidade Chácara do Céu, nesta terça (7).
“Não era pra ter levado a minha filha não, Deus. Por que, meu Deus? Eu quero a minha filha”, gritava Ana Lúcia Rodrigues Pereira, de 19 anos, mãe da menina, enquanto se agarrava ao caixão.
A família tinha se mudado há três dias para uma casa, de quatro cômodos, na comunidade. Após a queda, apenas o quarto ficou de pé. Ayla estava na cozinha quando tudo veio abaixo.
Francisco Édson Ferreira Costa Filho, de 24 anos, pai da criança, contou que estava no trabalho e resolveu telefonar para a esposa. Durante a ligação, ouviu o barulho do desmoronamento e saiu desesperado para prestar socorro. Mas quando chegou ao local já era tarde.
Ana Lúcia estava sozinha em casa quando aconteceu a tragédia. Muito abalada durante o enterro, preferiu não falar com a imprensa.
Já o avô paterno, Francisco Édson Ferreira Costa, de 46 anos, explicou, que há mais ou menos quatro anos a família veio do Ceará para o Rio.
O autônomo também contou que a mãe da menina tentou salvá-la dos escombros, mas sua perna estava machucada, o que dificultou a ação. Enquanto isso, rapidamente a água tomou conta do local, desabando toda a residência.
“A casa veio abaixo, desmoronou e não deu pra tirar a criança. A mãe pelejou para pegar a criança, mas levou uma pancada na perna e não conseguiu. A água veio com força e cobriu a criança. A casa caiu, e ainda por cima veio uma caixa d’água e caiu por cima da criança. O Corpo de Bombeiro veio e conseguiu achar a menina, mas já estava sem vida”, contou o avô.
Mortes
Outras quatro pessoas morreram em consequência das chuvas que atingiram o Rio de Janeiro nas últimas horas. Em Neves, São Gonçalo, na região metropolitana do Rio, um homem foi encontrado morto em um valão, depois de carregado pela correnteza. A vítima ainda não foi identificada.
Na mesma cidade, Gisele Martins Bezerra, 22 anos, morreu soterrada depois que a casa em que morava, no morro da Coruja, foi atingida por um deslizamento de terra.
Em Saquarema, na Região das Baixadas Litorâneas, Aroldo Alves Júnior, 26 anos, morreu ao ser atingido por um raio, quando trabalhava na lage de uma casa, na tarde de ontem, durante o temporal. A descarga elétrica matou o rapaz na hora.
Já no morro Santo Amaro, no Catete, zona sul do Rio, o idoso José Diniz, 82 anos, morreu soterrado após um deslizamento de terra e pedras, que rolaram da parte alta da comunidade. Ele estava em casa com Helenita Souza, 60 anos, que estava no único cômodo da casa, que não foi atingido.
Nesta segunda-feira, (7), técnicos do Instituto de Geotécnica do Rio (Geo-Rio) estiveram no local e iriam elaborar um relatório sobre as condições de deslizamento no alto do morro.
Com Agência Brasil
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