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    Perigo

    Pedestres cobram passarela em trecho da RJ-104, em Itaboraí

    Um menino de 11 anos morreu atropelado no mês passado no local

    Publicado 12/05/2023 às 17:02 | Autor: Mendy Ribeiro
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    Flagrante de moradores atravessando na rodovia
    Flagrante de moradores atravessando na rodovia |  Foto: Lucas Alvarenga

    Moradores do condomínio Jardim Marambaia, na RJ-104, altura do bairro Apolo II, em Itaboraí, cobram por uma passarela na rodovia. Um abaixo-assinado com aproximadamente mil assinaturas pedindo a estrutura foi elaborado. Perto dali, no mês passado, Kauã Ferreira Martins, de 11 anos, morreu depois de ser atropelado quando saía da escola com amigos. Ele estudava na escola municipal Roberta Maria Sodré de Macedo. 

    O comerciante Antônio Carlos da Silva, de 47 anos, mora há oito anos no condomínio foi o responsável por recolher as assinaturas. Ele explicou ao ENFOCO que o perigo maior está nos horários de entrada e saída dos alunos da unidade escolar. 

    Antônio Carlos da Silva, de 47 anos, está morando há oito anos no Condomínio Jardim Marambaia
    Antônio Carlos da Silva, de 47 anos, está morando há oito anos no Condomínio Jardim Marambaia |  Foto: Lucas Alvarenga
    Aspas da citação
    Há três anos uma senhora foi atropelada com a neta, nos pedidos uma passarela, um guarda-réis ou um radar de redução de velocidade, para trazer mais segurança na travessia das pessoas. Estamos agora pedindo novamente, porque uma criança foi atropelada e morreu quando estava saindo da escola. A gente precisa com urgência porque todo dia precisamos atravessar, meu filho estuda aqui em frente
    Antônio Carlos da Silva comerciante
    Aspas da citação
      

    A insegurança maior é para as crianças, pois a passarela mais próxima fica aproximadamente 1km de distância, e com isso, são obrigados a atravessar por uma brecha na divisória das vias.

    Gessica Ribeiro, de 34 anos, tem dois filhos, de 7 e 13 anos, e passa por isso todos os dias, pelo menos quatro vezes ao dia, pois precisa levá-los à em diferentes horários.

    "Eu e meus filhos passamos por isso todos os dias, isso é muito difícil e nos horários de escola o fluxo é maior, porque além das crianças, têm os trabalhadores tentando atravessar, também ficam motos, bicicletas, pessoas com carrinho de mão, comerciantes e até mesmo animais, cavalo. Eu só vou quando eu sinto muita segurança. A gente tem pedido ajuda, para que possam fazer alguma coisa porque a sinalização é péssima, o capim cobrindo as placas", disse. 

    O ambulante, Gilmar Siqueira, de 61 anos, explicou que trabalha há um ano em frente à escola e todos os dias, tanto pela manhã quanto pela tarde, vê o perigo que é para as crianças e responsáveis atravessar a via. 

    “Aqui é terrível atravessar, e tem o colégio, um condomínio, o brizolão, então são várias pessoas que correm o perigo iminente de atropelamento. Uma passarela aqui seria o ideal para a segurança de todos. Pela manhã são os jovens, à tarde as crianças”, disse. 

    Pedestres precisam atravessar a via
    Pedestres precisam atravessar a via |  Foto: Lucas Alvarenga

    Rodovia de problemas

    No fim do mês passado, o ENFOCO percorreu a RJ-104 e flagrou trechos com diversos problemas. Buracos e falta de reparos, que facilitam acidentes, acompanham os 22,8 km de extensão da RJ-104, entre Niterói e Manilha. 

    Parte de um concreto está prestes a cair sob a via, na descida do viaduto de Maria Paula, bairro bimunicipal — na pista sentido São Gonçalo — gerando riscos iminentes aos motoristas, conforme flagrado pela reportagem. 

    Naquela passagem, em dias de chuva, a pista escorregadia facilita adversidades no trânsito, conforme queixas de quem vai e volta por ali, todos os dias, principalmente a bordo de carros ou motos.

    À época, O DER-RJ (Departamento de Estradas de Rodagem do Estado do Rio), procurado pelo ENFOCO, não informou quantas passagens aéreas deveriam existir, considerando a dimensão da rodovia. O departamento esclareceu ainda que a construção de passarelas em rodovias estaduais depende de requerimento formal do município, além de um estudo de viabilidade técnica.

    A Prefeitura de Itaboraí também foi questionada sobre o requerimento, mas não respondeu até a publicação desta reportagem. 

    Investigação 

    De acordo com a Polícia Civil, a informação inicial de que o condutor do veículo havia fugido do local não é verdadeira. No mesmo dia do acidente, o motorista se apresentou à 71° DP (Itaboraí) com testemunhas e foram todos ouvidos.

    Conforme o inquérito, a mãe do menino relatou na delegacia que Kauã não quis que ela segurasse sua mão e, no momento em que o veículo passava pelo local, ele tentou atravessar. Ainda de acordo com a distrital, o motorista não vai responder criminalmente sobre o caso. 

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