Crise
Passageiros reclamam de atrasos após retirada de ônibus em Niterói
Ao todo, 16 linhas foram retiradas da empresa Brasília
A falta de 16 ônibus das linhas da Auto-Ônibus Brasília, que foram retirados de circulação após medida judicial, nesta segunda (12), causou reflexos na nesta terça-feira (13), nos pontos de ônibus em Niterói, Região Metropolitana do Rio. A empresa, que possui nove linhas atendendo bairros da Zona Norte, Sul e Centro, teve três linhas paralisadas.
Determinação judicial foi tomada depois que a empresa fornecedora dos veículos alegou o não cumprimento dos prazos de pagamento do financiamento realizado para a compra de veículos em 2018
A determinação judicial foi tomada depois que a empresa fornecedora dos veículos alegou o não cumprimento dos prazos de pagamento do financiamento realizado para a compra de veículos em 2018 pela empresa de ônibus, segundo o Sindicato das Empresas de Transportes Rodoviários do Estado do Rio de Janeiro (Setrerj).
Os passageiros tiveram que aguardar além do normal nesta manhã. Renata Guilherme, 44 anos, ficou no ponto aguardando o transporte para poder chegar no trabalho.
"Ontem [segunda] eu notei que demorou um pouco. Eu não acho legal não. Quem sofre é o passageiro", disse a mulher.
Já Rodrigo Farias, de 46 anos, precisa pegar a condução todo dia para chegar até o trabalho, em Icaraí, na Zona Sul da cidade. Para ele, a diminuição da frota, que veio após um aumento de passagem, reflete de forma muito mais pesada na população.
"Isso é um absurdo. Você vê aí passagem mais cara e, agora, a gente precisa sair de casa muito mais cedo para ficar mofando no ponto de ônibus. A gente perde todo dia um pouco mais dos nossos direitos", disse o porteiro.
O ENFOCO aguarda o posicionamento da Auto-Ônibus Brasília a respeito do caso. Já a Prefeitura de Niterói, procurada, disse, por meio da Secretaria Municipal de Urbanismo e Mobilidade, que está acompanhando a situação para verificar as possíveis medidas que podem ser adotadas.
Assembleia
Rodoviários da empresa Brasília se reúnem nesta quarta-feira (14) com intuito de debater sobre a crise financeira que assola funcionários. Segundo as reivindicações, existem atrasos nos pagamentos, suspensão de benefícios, entre eles a cesta básica, assim como o não depósito do FGTS e do INSS, uma onda de demissões e 'violações das relações trabalhistas', como alegam os trabalhadores.
A medida poderá salvar as empresas de ônibus da cidade de um colapso total, com o estabelecimento de uma tarifa técnica, parcialmente subsidiada pelo governo
“Sabemos que a Brasília e outras empresas não estão depositando o FGTS e pagando o INSS dos funcionários. Isso tem que ser acertado agora. Atrasos nos pagamentos e nos benefícios também são intoleráveis e levarão a uma greve da categoria”, afirma o presidente do Sintronac, Rubens dos Santos Oliveira.
Segundo o sindicato, as demissões foram anunciadas nesta segunda-feira (12), como consequência da retirada de circulação de três linhas de ônibus do grupo, que teve 16 coletivos apreendidos por decisão judicial no fim de semana.
Todas as linhas atingidas servem ao município de Niterói. São elas: 28 (Centro-Largo do Cravinho/Circular), da Auto-Ônibus Brasília; e 66C (São Lourenço-Centro) e 66I (São Lourenço-Centro/Icaraí), da Expresso Barreto, todas do mesmo grupo de empresas.
Eles completaram afirmando que aguardam a Prefeitura de Niterói apresentar o estudo de reequilíbrio econômico do setor, no qual alegam ter sido anunciado pela própria municipalidade em julho deste ano. De acordo com os rodoviários.
"A medida poderá salvar as empresas de ônibus da cidade de um colapso total, com o estabelecimento de uma tarifa técnica, parcialmente subsidiada pelo governo", afirma o sindicato.
Passagem mais cara
A passagem dos ônibus de Niterói aumentou R$ 0,40 centavos no final de julho. De R$ 4,05 passou a ser cobrada por R$ 4,45. A revisão aconteceu nas tarifas de todas as linhas de ônibus da cidade, segundo autorização da Secretaria Municipal de Urbanismo e Mobilidade de Niterói.
Conforme a Prefeitura, na época, o índice concedido era inferior à inflação acumulada desde 2019, de 23,82% — período em que não houve reajuste de tarifa em Niterói.
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