Cidades
Ordem de novo Lockdown no Rio e Niterói
Publicado às 17h49 / Atualizado às 18h14
Sem anunciar novas medidas de amparo à população, em reunião realizada na tarde desta segunda-feira (22) no Teatro Popular de Niterói, no centro da cidade, os prefeitos Axel Grael e Eduardo Paes, do Rio, definiram novas ações de enfrentamento à Covid-19. Na ocasião ficou determinado 10 dias de encerramento de atividades consideradas não essenciais, a partir do dia 26.
Ficou determinado que bares e restaurantes vão funcionar somente sem a presença de público, que poderão continuar atendendo para retirada de produtos no local e pedidos via delivery. As novas regras decretam pelo fechamento de casas de eventos, escolas, creches, universidades, shoppings, academias de ginástica, salões de beleza e lojas em geral consideradas não essenciais.
O prefeito de Niterói, Axel Grael, criticou que outros municípios não tenham aderido às medidas em conjunto.
"Nosso objetivo é levar as medidas pra toda a Região Metropolitana. Nossas cidades não são ilhas e sofrem consequências das faltas de ações das cidades vizinhas e isso gera uma dificuldade na nossa saúde. Quando eu peguei telefone e liguei pro Paes era uma situação, hoje já outra totalmente diferente"
Já Eduardo Paes disse que as medidas são necessárias e que todas as ações foram em conjunto para ajudar a conter o avanço da doença e a saúde da população mantendo funcionando somente os serviços considerados essesenciais.
"Não estamos felizes em fazer isso [o fechamento], mas estendemos a dificuldade das economias e os índices de pobreza. Tem que ficar claro pras pessoas que é uma medida a favor da vida. Não conseguimos sair do problema porque não há uma solução coesa. Fizemos de tudo para não tomar essas medidas, mas são medidas que vão mante os serviços essenciais", comentou o prefeito fazendo um apelo para que a população não considere o "feriado" e siga em massa para outras regiões ou municípios vizinhos.
Na saúde, as duas cidades apresentaram momentos distintos, de acordo com gráficos expostos pelas secretarias municipais de saúde.
No Rio, o chefe da pasta, Daniel Soranz, informou que a cidade jamais passou por problema semelhantes durante toda a pandemia, mas que o momento, ao menos agora, a situação não está tão ruim. Em Niterói, o secretário de saúde, Rodrigo Oliveira, informou que os números mudam a todo momento e que a ocupação de leitos, que já chegou a bater o índice de 55%, agora está mais de 90%.
Áreas de lazer e espaços públicos também estão proibidos, portanto hortos florestais, como o Campo de São Bento e o Parque da Cidade, foram fechados. As praias seguem fechadas para o banho de mar e atividades na areia, no entanto, tanto no Rio, quanto em Niterói, as atividades individuais na praia estão liberadas.
Parte do decreto que está em vigor nas duas cidades continuam valendo, ao menos, até a próxima quinta-feira (25). A permanência de pessoas nas vias e praças públicas segue proibida das 23h às 5h. Nos hospitais, as cirurgias e procedimentos eletivos ficam suspensas.
Podem funcionar
Fármacias, ópticas, veterinárias, lojas de material de construção, oficinas mecânicas, bancas de jornal, postos de combustíveis, serviço funerário, call center, entregas a domicílio, feiras livres, transporte de passageiros e consultórios médicos permanecerão abertos. Cultos e missas religiosas permanecem dentro das limitações já existentes, sem sofrer alterações.
A campanha de vacinação continuará atuando normalmente, apesar do déficit de vacina, que atrasa naturalmente o processo de imunização. Os decretos ainda serão publicados nos diários oficiais dos respectivos municípios a partir da próxima sexta-feira (26).
Mais cedo, o governador em exercício do estado, Cláudio Castro (PSC), já declarou que acionará à Justiça contra as limitações municipais para fazer valer o decreto mais flexível do governo do estado.
Alerta
O Sindicato de Hospitais do Leste Fluminense revelou nesta segunda-feira (22) que nos últimos dias, Niterói aumentou expressivamente e numa velocidade muito grande a transmissão e internações por Covid-19.
Segundo o SINDHLESTE, a rede privada de Hospitais e Clínicas de Niterói, encontra-se quase no limite da ocupação máxima dos leitos exclusivos para covid e com dificuldades para expansão diante da falta de equipamentos e suprimentos no mercado.
“Acreditamos que as medidas preventivas emergenciais serão benéficas para o melhor atendimento da rede pública e privada da saúde no município”
Vinicius Queiroz, presidente do SINDHLESTE
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