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    ONG no Salgueiro, em SG, incentiva mulheres a empreender

    Publicado 17/01/2020 às 10:54 | Autor: Eduarda Hillebrandt
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    Grupo de mulheres trabalha de forma colaborativa projetando e produzindo peças. Foto: Eduarda Hillebrandt

    Ao longo de quinze anos de atividade, a Organização Não Governamental (ONG) Mulheres do Salgueiro, no complexo do Salgueiro, em São Gonçalo, saiu de um projeto de qualificação para mulheres em situação econômica vulnerável para uma cooperativa de produção têxtil, que vem ganhando espaço no mercado. O projeto está abrindo as atividades do ano com a inauguração de sua primeira loja, que fica no Partage Shopping, no Centro de São Gonçalo.

    Fundada em 2006, a ONG busca profissionalizar e garantir a autonomia financeira de mulheres que trabalhavam no antigo lixão de Itaoca — desativado em 2012, no mesmo contexto do lixão de Gramacho, em Duque de Caxias. O projeto tem como base a economia solidária, um formato que busca manter o retorno financeiro no complexo de comunidades do Salgueiro.

    "O movimento começou com a ideia de empoderar mulheres e tirá-las do subemprego no lixão. Na época, observamos que as mulheres não tinham o ensino para ter acesso aos empregos no mercado formal. Além disso, São Gonçalo era forte na área têxtil, por isso a costura apareceu como uma forma rápida de acesso à renda", relatou a pedagoga Janete Nazareth Guilherme, uma das fundadoras da ONG.

    O projeto tem sede na Estrada das Palmeiras, em uma casa construída a partir de doações e receitas da ONG. Atualmente, cerca de 20 mulheres participam do grupo produtivo na sede, onde se reúnem para desenhar e produzir peças de roupa e artesanato a partir de material reciclável, como banners e couro de tilápia.

    As produções são feitas sob encomenda de empresas e do setor público. Do grupo produtivo, oito mulheres resolveram iniciar a venda de suas peças de forma autônoma: elas se uniram para inaugurar a primeira loja do projeto, que funciona de forma colaborativa com roupas para o público feminino.

    A atividade têxtil permaneceu e, aos poucos, a ONG passou a oferecer outras atividades para o complexo do Salgueiro. Localizado às margens da BR-101, estima-se que no complexo residam ao menos 50 mil pessoas, considerando dados demográficos oficiais do Salgueiro, Fazenda dos Mineiros, Recanto das Acácias, Palmeiras e Itaoca. A população da região, de baixa renda, convive com falta de saneamento básico e conflitos armados.

    "Nossa ideia sempre foi repensar política pública para a comunidade e levar os moradores a se sensibilizarem em relação à sua condição e provocar mudanças. E essas mudanças só são alcançadas com a qualificação dos moradores, para usar a educação como acesso às melhores condições de vida. A demanda da comunidade é muito grande, então ampliamos o movimento, mas não perdemos a essência", complementou Janete.

    Através de parcerias com empresas, universidades e com a Prefeitura de São Gonçalo, a ONG passou a sediar cursos gratuitos de auxiliar administrativo, ecologia e empreendedorismo, além de ofecer curso pré-vestibular.

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