Polêmica
Novela da ciclovia na Região Oceânica ganha novo capítulo em Niterói
Secretaria de Urbanismo dará esclarecimentos à Câmara
O presidente da Câmara de Niterói, Milton Cal (PP), vai acionar a Secretaria de Urbanismo de Niterói para explicar o planejamento das obras de implantação de ciclovias na Avenida Almirante Tamandaré, em Piratininga, na Região Oceânica.
Na tarde da última quarta-feira (9), moradores representantes do bairro estiveram na Casa Legislativa e apresentaram críticas às intervenções da Prefeitura de Niterói na região.
O parlamentar pediu um relatório com as reivindicações à Associação de Moradores e Amigos de Piratininga (AMAPI). O objetivo é discutir as demandas com os responsáveis pela obra. "Estou aguardando", garantiu.
O debate sobre a ciclovia tem sido alvo de protestos constantes por parte dos moradores da região.
"O Secretário de Urbanismo ignora um dos mais importantes princípios do Estatuto das Cidades que é a gestão democrática e participativa na formulação, execução e acompanhamento de planos, programas e projetos de desenvolvimento urbano. Iniciar obras deste porte, sem a devida consulta e diálogo amplo com a comunidade local, é um equívoco”, disse o vereador Paulo Eduardo Gomes (PSOL), que participou da reunião esta semana com os moradores.
Defensor do transporte por bicicleta, Gomes diz que luta por ciclovias, de modo geral, mas afirma que em cada região as características locais precisam ser observadas para que uma ‘proposta radical’ possa ser compreendida e, acatada ou não, pela população, com a garantia de que seja mantida a qualidade de vida dos moradores.
“Há alternativas, mas só com debate e participação popular será possível construí-las e viabilizá-las. A ciclovia no calçadão de Piratininga não era uma demanda. A comunidade foi surpreendida e as obras estão causando ainda mais transtornos agora durante o verão. Da mesma forma na Avenida Almirante Tamandaré, onde há demanda, mas onde também não houve o devido diálogo com os moradores. Também precisamos debater a nova rotatória de Camboinhas, que em minha concepção está muito mal projetada, em especial para os pedestres, que devem ser priorizados”, finaliza.
Já o vereador Douglas Gomes (PTC) levou a equipe jurídica ao bate-papo com os moradores.
"A gente já entrou com uma ação solicitando a paralisação dessa obra por falta do Estudo de Impacto Ambiental e Estudo de Impacto de Vizinhança que a Prefeitura não apresentou após eu cobrar o Requerimento de Informação", alegou.
Apesar da insatisfação dos moradores, as obras já estão na reta final, com entrega prevista para o final de fevereiro, segundo afirma a Prefeitura de Niterói.
Mas segundo queixas, elas continuam interferindo no trânsito do bairro, principalmente aos finais de semana, com o aumento no número de veículos em direção às praias.
A intenção de quem passa pelo trecho é que o governo municipal cesse as obras, para que haja mais espaço aos veículos que trafegam pela via. No entanto, a Coordenadoria Niterói de Bicicleta desconversa sobre a proposta.
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