Logo Enfoco


    Marco histórico

    Universidade de Niterói vai criar Centro de Memória Trans do Brasil

    Encontro para debater espaço será aberto ao público

    Publicado 12/06/2024 às 13:32 | Autor: Enfoco
    Ouça a reportagem
    Siga no Google News Siga o Enfoco no Google News
    Encontro vai acontecer no bloco O, no campus Gragoatá
    Encontro vai acontecer no bloco O, no campus Gragoatá |  Foto: Divulgação

    A Universidade Federal Fluminense (UFF) promove nesta quinta-feira (13), às 18h, um encontro para elaboração do Centro de Memória Trans do Brasil - Jovanna Baby, que irá documentar e preservar as histórias e conquistas das pessoas transsexuais e travestis.

    A criação do espaço é uma iniciativa da UFF com o Fórum Nacional de Travestis e Transexuais Negras e Negros (Fonatrans), a vereadora Benny Briolly (Psol) e o Coletivo Trans Uffianas. Aberto ao público e com entrada franca, o evento acontecerá no Bloco O, do Campus Gragoata.

    Na ocasião, haverá também mesas de debate com a presença da vereadora Benny Briolly (Psol), Jovanna Baby (presidente do Fonatrans), Indianarae Siqueira (presidente do grupo Transrevolução), Paulo Terra (professor da UFF), Matheus Sena (Presidente da Comissão de Diversidade Sexual e de Gênero da OAB Niterói), de Zuri Moura e Ariela Nascimento (diretoras trans do DCE e militantes da Rede Trans).

    • Vereadora Benny Briolly (Psol)
      Vereadora Benny Briolly (Psol) | Foto: Divulgação
    • Jovanna Baby, presidente da Fonatrans
      Jovanna Baby, presidente da Fonatrans | Foto: Divulgação

    “O novo espaço vai homenagear as batalhas que pessoas transsexuais e travestis travam diariamente contra o preconceito e a discriminação. Este evento será um marco histórico e uma oportunidade única de celebrar e reconhecer nossas vidas e lutas. A presença de todas, todos e todes é fundamental para fortalecer este movimento e mostrar a importância da diversidade e da inclusão na sociedade”, explica a vereadora Benny Briolly, presidente da Comissão dos Direitos Humanos da Câmara.

    O acervo levará o nome de Jovanna Baby, travesti de grande importância na história LGBTQIA+, e uma das fundadoras do primeiro movimento travesti na América Latina na luta pelos direitos civis de pessoas trans e travestis.

    “Este evento marca o compromisso que a universidade enquanto um espaço de produção de saber deve ter com a memória e a resistência das que vieram antes de nós e abriram portas para a juventude trans seguir com a preservação do resgate de memória e fazendo justiça”, conta Ariela Nascimento.

    Quem é Jovanna Baby?

    Jovanna Cardoso da Silva, conhecida mundialmente por Jovanna Baby, nasceu no extremo sul da Bahia e entre 11 e 12 anos teve que fugir de casa pelo sofrimento que enfrentava em família por ser trans.

    Foi morar nas ruas de Vitória (ES) onde cresceu e trabalhou na prostituição para auto sobrevivência. Ao completar 18 anos foi presa e autuada no artigo 59 do código penal, que versa sobre a “vadiagem”.

    Revoltada com tanta violência do Estado dispensada aos corpos trans, ao sair do prisão arregimentou prostitutas travestis e cis e criaram a Associação das Damas da Noite, primeira instituição brasileira que congregava mulheres trans e cis. Em 1983, Jovanna mudou-se para o Rio de Janeiro e sofreu durante 9 anos apanhando da polícia nas praças Tiradentes, Mauá e Augusto Severo.

    Sofrida e violentada diariamente juntou um grupo de amigas e em 1992 fundou a primeira ONG Trans do Brasil e concomitantemente do mundo, a Associação de Travestis e Liberados (Astral). Ela organizou em 1995 a primeira Caminhada Trans do Brasil com Travestis de todas as regiões do Brasil. O Encontro Nacional de Travestis também foi idealizado por Jovanna. Ela é a mais antiga ativista trans politicamente organizada do Brasil.

    Tags

    Grupo achados e perdidos do facebook Enfoco Grupo achados e perdidos do facebook Enfoco
    Achados e Perdidos

    Perdeu documentos, objetos ou achou e deseja devolver? Clique aqui e participe do grupo do Enfoco no Facebook. Tá tudo lá!

    Entrar no grupo
    Artigo anterior
    <

    Brasil vai à fase final da Liga das Nações de vôlei feminino

    Próximo artigo
    >

    Projeto polêmico avança em Niterói com sessão 'chapa-quente'

    Relacionados em Niterói