Alegria
Tradição! Corrida atrás de doces movimenta ruas de Niterói
Seguindo tradição, crianças foram atrás de doces
Nesta sexta-feira (27) é comemorado o tradicional Dia de São Cosme e Damião, com a distribuição das famosas sacolinhas de doces. Em várias regiões de Niterói, a tradição resiste. No calçadão da praia de São Francisco, na altura do Park Skate, na Zona Sul da cidade, vários motoristas entregaram guloseimas para grupos de crianças e adolescentes.
A celebração de São Cosme e Damião acontece oficialmente no dia 26 de setembro segundo o calendário católico. No entanto, a data costuma ser celebrada no Brasil, neste dia 27. O dia tornou-se sinônimo de distribuição de doces para crianças, uma prática enraizada principalmente em comunidades ligadas às tradições afro-brasileiras.
No sincretismo afro-brasileiro, os santos gêmeos Cosme e Damião são associados ao orixá Ibeji, divindade gêmea que também representa a infância, a dualidade e a proteção das crianças. Por essa razão, o ato de distribuir doces está diretamente relacionado à celebração da infância, da pureza e à crença de que agradar as crianças – e os Erês– traz bênçãos e proteção.
Entre histórias de fé católica e devoção aos santos gêmeos, um clima de empolgação se manifesta nas ruas a cada vez que a data se aproxima. É este sentimento, inclusive, que levou a mãe Aline Carneiro Ramos, a ir junto da filha de apenas um ano e seis meses para participar das distribuições de doces no Park Skate, em São Francisco.
"Todos os anos eu venho trazer meus filhos. O mais velho cresceu e não vem mais, então agora eu trago a pequena para continuar a tradição", contou a niteroiense. Moradora do Largo da Batalha, na Zona Norte de Niterói, ela chegou ao lugar ainda cedo, por volta das 8h40.
Com algumas décadas de diferença, a tradição de distribuir doces têm apresentado algumas mudanças. Se antes, as crianças tinham acesso aos doces pelas janelas das casas que se prontificavam com os gestos, atualmente, os pequenos adquirem as sacolas através de uma corrida até as janelas dos carros que passam oferecendo os doces.
Nessa corrida, os filhos de Silvana Cordeiro, de 40 anos, lideraram e encheram o carrinho da mãe com os doces:
"Desde que esse aqui (apontando para o filho mais velho, Lucas, de 15 anos) nasceu, eu sempre peguei doce pros meus filhos. Hoje eles nem foram para a escola pra poder pegar os doces aqui. Todo ano eu faço isso, eles vêm aqui e, quando dá 15h, 16h, nós vamos para casa", contou a niteroiense, que também reside no Largo da Batalha.
No entanto, apesar do clima festivo, muitos participantes notaram a redução no número de distribuidores.
"Eu lembro que, nos anos 80, isso aqui ficava lotado. A gente corria pelas ruas e tinha gente distribuindo doce em quase toda casa. Hoje, tá bem mais difícil. O pessoal não tem mais o costume de fazer como antigamente", lamentou o aposentado Jorge da Silva, de 63 anos.
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