Balanço
'Nada semelhante', diz coronel que liderou equipe de Niterói no RS
Grupo participou de resgates e auxílio aos atingidos na tragédia
Do alto do helicóptero e de toda sua experiência em ações de socorro a vítimas de catástrofes, o tenente-coronel Walace Medeiros, do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro e ex-secretário municipal de Defesa Civil de Niterói, nunca viu nada igual ao que aconteceu recentemente no Rio Grande do Sul. Ao sobrevoar cidades atingidas pela tragédia, ele percebeu a dimensão dos estragos causados no estado.
No início de maio, Walace liderou uma equipe enviada pela Prefeitura de Niterói, que prestou assistência, participou de operações de resgate e organizou estratégias de auxílio aos atingidos pelas enchentes na capital e em outras cidades gaúchas.
Já trabalhei em grandes catástrofes. Não apenas em Niterói, no caso do deslizamento do Morro do Bumba, em 2011, mas também no Sul da Bahia, em Pernambuco, no Norte e Noroeste do Estado do Rio e, mais recentemente, em Petrópolis. Posso garantir que nenhuma delas se assemelha ao que vimos no Rio Grande do Sul em termos de extensão de área impactada. Praticamente todo o estado foi afetado.
A ida para auxiliar os gaúchos se deu a partir da iniciativa do prefeito de Niterói, Axel Grael, que preside a “Comissão Permanente de Cidades Atingidas e Sujeitas a Desastres” da Frente Nacional de Prefeitos, da qual é vice-presidente.
Atendendo à solicitação, coronel Walace reuniu integrantes da Defesa Civil e da Guarda Municipal de Niterói e voluntários que partiram em direção ao Rio Grande do Sul, levando também insumos e equipamentos para auxiliar no resgate das vítimas. Entre o material estavam jet-skis cedidos por um grupo de surfistas liderados pelo niteroiense Gabriel Sampaio, que fez parte da missão junto com mecânicos e pilotos habilitados a lidar com os veículos.
Coube ao coronel Wallace conduzir ações na cidade de São Leopoldo, onde grupos de agentes da Guarda Municipal de Niterói e os voluntários de jet-ski puderam resgatar pessoas e animais atingidos pela enchente.
Ele também esteve em Poto Alegre, onde participou de reuniões estratégicas, e nos municípios de Canoas e Eldorado, sendo o responsável por fazer levantamentos de áreas afetadas e verificar necessidades locais, realizando o planejamento da distribuição das doações enviadas àquelas regiões.
Destaque para o espírito de união
De volta a Niterói, Walace ressalta o espírito de união entre o setor público e a iniciativa privada da cidade, por meio da qual é possível fazer chegar com mais rapidez os mantimentos doados ao Rio Grande do Sul.
"Estamos enviando as doações com o apoio de empresários da cidade, em especial, do nosso Polo Gastronômico. Eles recebem matérias-primas e outros itens vindos do Sul e disponibilizam os caminhões, que voltariam vazios, para levar todo o material doado a ser distribuído às vítimas”, explica o coronel. “Neste momento, também estamos viabilizando, junto à concessionária Águas de Niterói, o envio de motobombas para o município de Canoas”.
Wallace ressalta a participação de voluntários e profissionais especializadas de vários municípios e estados, além das Forças Federais, que atuam em conjunto com as equipes locais, demonstrando um espírito de união em prol da população.
“Faço um elogio e um agradecimento especial aos voluntários que dedicam seu tempo e recursos para ajudar a reduzir o sofrimento do povo gaúcho, que tem demonstrado uma enorme força para resistir a essa catástrofe. Por mais que tenhamos experiência nesse tipo de ação, sempre aprendemos um pouco mais em cada operação. Estamos de prontidão e prontos para agir quando for preciso”, finaliza Coronel Walace.
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