Treinamento
Habilitados superam pavor de dirigir em Niterói; conheça amaxofobia
2 milhões de brasileiros possuem carteira, mas não dirigem
Tirar a tão sonhada Carteira Nacional de Habilitação (CNH) é uma conquista para grande parte dos brasileiros. No entanto, tentar se visualizar no trânsito pode render grandes medos para os condutores.
É focado em tratar as raízes dessa insegurança que um projeto desenvolvido em Niterói e São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio tem se destacado.
O medo de dirigir não é besteira. Conforme dados da Organização Mundial da Saúde, 6% da população brasileira é afetada pelo receio, que possui nome: amaxofobia.
Apesar do número de habilitados ter aumentado em 38% na última década, uma pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Medicina do Trânsito (Abramet) apontou que 2 milhões de brasileiros não dirigem, mesmo habilitados.
Foi observando o cenário, que o empresário e instrutor Bruno Sonner, de 32 anos, desenvolveu aulas para habilitados, investindo na superação da insegurança dos condutores.
Frustração
"Hoje todo mundo quer ter sua independência, sua autonomia e muitas dessas pessoas têm habilitação, muitas delas têm carro também e não conseguem dirigir. Elas passam com o carro na garagem e não conseguem tirar. Elas precisam se locomover e não conseguem, isso gera uma grande frustração", contou Bruno.
Segundo o instrutor, o sentimento de impotência é um dos principais fatores que influenciam os condutores a procurar o treinamento. Entre os interessados, um perfil é predominante: as mulheres. Conforme Bruno, em alguns casos, os maridos se opõem a ensinar suas esposas para que elas não dirijam.
Esse, inclusive, é um dos muitos fatores que minam a confiança das mulheres. A falta de autoconfiança, como resultado, afeta a segurança deste público no trânsito. Foi buscando superar os próprios medos, que a professora Jemima Ariana, de 38 anos, iniciou o treinamento.
"Desde o começo ele foi passando essa tranquilidade. A cada aula que você vai fazendo, você vai ganhando essa segurança. É um trabalho que ele faz além do físico, ele trabalha muito a questão psicológica. Eu tinha algumas questões pessoais muito difíceis, sabe? Mas ele vai trabalhando essa questão da insegurança e quando você vê, você pensa: ‘Poxa cara, que delícia dirigir!", contou.
Confiança
A aluna iniciou o treinamento porque precisava levar os filhos para a escola, assim como cumprir com as atividades diárias. O medo do trânsito de São Gonçalo e Niterói era seu maior inimigo, no entanto, hoje ela se sente confiante para ir até mais longe.
Dirigir tem muitas ‘primeiras vezes’. Eu lembro da primeira vez que eu fui ao mercado com os meus filhos, foi um momento muito marcante para mim. Peguei meus filhos na escola, cheguei no mercado, estacionei, tirei uma foto e mandei para o Bruno. Agora eu tenho essa liberdade. Eu adoro corrida de rua, então assim, agora eu vou para o Rio. Antes era um perrengue
Além de trabalhar o medo do trânsito, as aulas possuem outro ponto positivo: os instrutores vão até o condutor que deseja o treinamento.
Conforme o instrutor Carlos Alexandre Ferreira, de 33 anos, o projeto auxilia a vida daqueles que possuem uma rotina já estruturada. Além da liberdade geográfica, os horários são pensados de acordo com a disponibilidade de cada cliente.
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