Indignação
Corpo de idosa será enterrado com atraso de três dias em Niterói
Família denuncia descaso do Hospital Estadual Azevedo Lima
A família de Diva Gomes Martins, de 74 anos, está denunciando o Hospital Estadual Azevedo Lima (Heal), no Fonseca, em Niterói, na Região Metropolitana do Rio, por descaso e negligência nos últimos dias de vida da idosa. Segundo os familiares, devido a atrasos na administração da unidade de saúde, o corpo só será enterrado três dias após o seu falecimento, marcado para esta quarta-feira (3).
Diva estava internada na unidade desde o dia 12 de junho deste ano, quando foi atropelada por um veículo no Largo da Batalha, na Zona Norte da cidade. O drama se intensificou quando, durante uma visita noturna à paciente neste domingo (30), a família foi surpreendida com a notícia de que ela havia sofrido uma parada cardíaca por volta das 21h.
Falhas na comunicação
Apesar do ocorrido, o hospital só informou os familiares sobre o falecimento na tarde de segunda-feira (1), às 14h, de acordo com os parentes. Esta demora inicial na comunicação gerou preocupação entre os familiares, que questionaram a falta de transparência demonstrada pela instituição.
Ficamos várias horas sem saber o que realmente havia acontecido.
"Não nos comunicaram imediatamente após o falecimento. Ficamos várias horas sem saber o que realmente havia acontecido com ela", lamentou o neto da idosa, Roger Mendonça, de 33 anos.
Os problemas se intensificaram quando, ainda na segunda, o hospital falhou na entrega dos documentos necessários para o traslado do corpo ao Instituto Médico Legal (IML). Inicialmente prometido para as 8h desta terça (2), o cadáver ficou na unidade até as 14h, o que causou ainda mais angústia nos familiares.
É um descaso e uma falta de respeito com a nossa família.
"A cada etapa do processo, enfrentamos novos obstáculos causados por erros e omissões do hospital. Desde a falta de informação inicial até a dificuldade para liberar o corpo no IML e no rabecão. É um descaso e uma falta de respeito com a nossa família", desabafou Mendonça.
Falta de transparência
A situação atingiu seu ápice quando a família descobriu que o documento necessário para a liberação do corpo já estava disponível na delegacia, apesar das afirmações anteriores do hospital. Além disso, o envio dos documentos ao Corpo de Bombeiros para o transporte do corpo, de acordo com a família, só ocorreu às 14h desta terça, prolongando ainda mais o sofrimento.
Diante dos atrasos e das dificuldades enfrentadas, a família de Diva, composta por seus quatro filhos, seis netos e três bisnetos, terá que esperar até esta quarta para, finalmente, se despedir dela, devido ao horário de fechamento do cemitério.
Minha avó era muito querida por todos.
"Agora vamos ter que esperar até quarta para sepultar o corpo da minha avó, porque o cemitério onde ela desejava ser enterrada fecha às 16h. Mais um dia. Ela não merecia isso. Minha avó era muito querida por todos e tem sido um descaso a maneira como temos sido tratados", afirmou o neto.
A direção do Heal argumentou, através de nota, que houve problemas de comunicação com a família e com a documentação da idosa.
" A direção do Heat esclarece que Diva Gomes Martins faleceu no dia 30/06, às 21h50. Na data do óbito foram realizadas tentativas de contato telefônico com a família, sem êxito. Na manhã do dia 01/07, a equipe da unidade voltou a tentar falar com a família, mas não obteve sucesso. As equipes só conseguiram fazer a comunicação do óbito e acolher os familiares às 13h50, quando alguns parentes compareceram à unidade para visitar a paciente. Após o acolhimento, os familiares foram avisados que o corpo seria transferido para o IML, o que não pode ser feito porque não portavam nenhum documento da idosa. Como a família só entregou os documentos necessários após as 16h, a liberação do corpo pelo hospital só ocorreu na manhã do dia 2. Às 13h37 deste dia, uma equipe do Corpo de Bombeiros fez o traslado para o IML".
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