Longevidade
'Não tenho preguiça', diz idosa de São Gonçalo que fez 108 anos
Dona Maria Dias é ativa, alegre e faz até artesanatos em casa
Bolo, torta, salgadinhos e refrigerantes foram os ingredientes perfeitos para a festa surpresa de 108 anos da dona Maria Dias da Silva, moradora do bairro Trindade, em São Gonçalo, no último sábado (22). Ela é muito alegre e bem-humorada.
Apesar das limitações físicas causadas por uma queda, o que provocou uma fratura na bacia, a matriarca também é ativa: faz artesanatos, adora futebol e resenha com familiares.
Nascida em 20 de abril de 1915, em Minas Gerais, a idosa compartilhou com ENFOCO, via chamada de vídeo, que é feliz por ter atingido a idade avançada e o "segredo" da longevidade.
"Eu fiquei muito feliz. Não esperava chegar a essa idade e com tanto carinho de todos. Depois de velha, muita coisa mudou, mas o meu pensamento não. Viemos de Minas, fui criada na roça. Eu não tenho preguiça", brincou acrescentando como é sua alimentação.
"Todo mundo que me conhece, sabe. Eu tô acostumada a comer verdura, angu, arroz. Comida gostosa", disse a flamenguista, que teve 11 filhos, dos quais apenas quatro estão vivos. Dona Maria tem ainda 22 netos, 18 bisnetos e 12 tataranetos.
Segundo o filho Sebastião Justino Filho, de 77 anos, o que era para ser uma comemoração simples tornou-se grandioso graças à ajuda de pessoas próximas.
"Eu ia fazer só um bolinho, mas aí os vizinhos que são meus parentes vieram. E o que era um bolo, virou uma festa, que foi até 3h da madrugada e ela [dona Maria] junto com a gente", lembrou aos risos.
JOIA DA FAMÍLIA
A idosa peregrinou com a família por outras cidades fluminenses até chegar onde mora atualmente, no bairro da Trindade.
Bento Ribeiro, Padre Miguel e Itaguaí, este último, onde inclusive tem um pequeno sítio com plantações de jabuticaba, coco, manga e até açaí. "Estou doida pra voltar pra lá", revelou ela.
Conhecido como Tião, o filho aposentado que trouxe a mãe de Itaguaí para morar com ele em São Gonçalo, há sete anos, diz que ela é muito animada.
"Chega uma pessoa aqui em casa, ela 'aluga' a pessoa e se deixar amanhece o dia falando", revelou.
Apesar de sentir dores nas pernas causadas pela artrite e artrose, dona Maria não tem outras complicações de saúde.
"Ela mexe com artesanato, vê jogo de futebol do começo ao fim, come orelha de porco com farinha, joelho de porco e nada faz mal a ela. Ela é minha joia. Minha alegria é essa: saber que está viva e junto comigo. Está falando da festa até hoje", completou Tião.
ESTATÍSTICA
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informa que o último Censo Demográfico apurou que havia mais de 1,7 mil idosos com 100 anos ou mais no Estado do Rio, em 2010. À época, o Brasil tinha tinha 24,2 mil pessoas nesta faixa etária.
Perdeu documentos, objetos ou achou e deseja devolver? Clique aqui e participe do grupo do Enfoco no Facebook. Tá tudo lá!