'Não somos menos gente', diz diarista proibida de esquentar comida

A diarista Marcelle Oliveira, de 34 anos, foi embora antes de terminar uma faxina na casa de um cliente em Ipanema, na Zona Sul do Rio, na última segunda-feira (27), depois de ter sido impedida de esquentar sua comida. A mulher desabafou sobre a situação nas redes sociais, e a publicação já teve mais de um milhão de visualizações até a manhã desta quinta (2).

"Estou indo pra minha casa, larguei a faxina pra lá. Não poder esquentar meu almoço? Que isso! Gente, diarista ou faxineira é ser humano igual a vocês. Não adianta ser doutor e não ter educação e respeito pelos outros", relatou. 

Ela explicou que na hora do almoço perguntou ao cliente se poderia esquentar sua comida, e a resposta que teve foi de que os aparelhos domésticos não poderiam ser usados por prestadores de serviços.

Marcelle já havia feito metade da faxina que havia combinado com o homem, mas, apesar disso, não recebeu nenhum pagamento. 

"Nós que fazemos trabalho doméstico não somos menos gente do que você quem tem diploma. Todos os profissionais sejam em qual área que for merecem reconhecimento e respeito. Se vocês precisam do nosso trabalho é sinal de que nosso serviço é essencial", afirmou.

A diarista, que costuma compartilhar sua rotina nas redes sociais, expôs sua revolta com tratamento do cliente. Algumas pessoas ficaram indignadas e chegaram a oferecer um Pix, mas ela rejeitou. 

Nos comentários, os internautas se solidarizaram. "Que gente asquerosa!", disse um. "Sinto muito. O brasileiro escravocrata é muito real e existe em grande quantidade", comentou outro.

Com a repercussão, Marcelle recebeu ajuda para divulgar seu trabalho. Um colega confeccionou flyers e imãs para a diarista.