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    Motoristas de SG protestam contra ação da PM em cerco do Detro

    Publicado 24/09/2019 às 10:19 | Autor: Ezequiel Manhães
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    Motoristas protestam em São Gonçalo. Foto: Alex Oliveira

    Motoristas de vans realizam uma manifestação na manhã desta terça-feira (24) em São Gonçalo, partindo de Alcântara em direção às escadarias da Prefeitura de São Gonçalo, na região central. Cerca de 150 pessoas já se reúnem com o objetivo de cobrar explicações das autoridades sobre o último acontecimento envolvendo um condutor de transporte alternativo, que foi baleado enquanto trabalhava na semana passada.

    Outra reivindicação da categoria é a regularização do transporte também conhecido como ‘lotadas’ no município. De acordo com a comissão, os trabalhadores atualmente não possuem o direito de fazer as suas tarefas de forma regular.

    Além do mais, eles alegam que não existe um processo licitatório para que isso ocorra em um futuro próximo.

    “A gente vem lutando há anos para sobreviver no nosso próprio município com o transporte alternativo. Apoiamos várias pessoas e candidatos e sempre usaram o transporte para se beneficiar em campanhas. Não temos o direito de trabalhar e as autoridades não fazem nada para mudar isso. Lutam para acabar com a gente”, disse Marcelo Alcântara, um dos representantes da categoria.

    “Na sexta (20), houve uma covardia: balearam um amigo nosso motorista. Ele, inclusive, ainda se encontra no hospital com um tiro na cabeça, em coma e respirando por aparelhos”, completou Marcelo.

    A classe que se agrupou desde as primeiras horas da manhã desta terça, na Rua Marinho dos Santos, no Alcântara, com o objetivo de chegar até a rua Feliciano Sodré, no Centro de São Gonçalo, por meio de uma passeata — iniciou a caminhada por volta das 9h.

    Os trabalhadores também afirmam que nas eleições de 2016 apoiaram o atual prefeito José Luiz Nanci (PPS). No entanto, o mesmo conjunto de pessoas se queixa de que nada foi feito em termos de legalização pelo gestor executivo.

    De acordo com a agremiação, o atual governador Wilson Witzel (PSC) foi outro político que esteve pessoalmente no Alcântara, na época da campanha eleitoral.

    Eles consideram que Witzel foi consequentemente beneficiado pelos motoristas de vans, “mas ele nunca fez nada para nos ajudar”, frisou a categoria. Procurada, a Prefeitura de São Gonçalo ainda não se manifestou sobre as reivindicações da categoria.

    Motorista há 13 anos, Juari Calixto, de 57 anos, disse que a categoria vem sendo massacrada.

    “Não queremos atrapalhar ninguém e nem brigar com ninguém. Só queremos que eles avaliam a nossa situação e olhem com carinho. Em Maricá é legalizado, no Rio também, por que não a gente?. Eu particularmente já estou até cansado. Eu quero rodar de forma legal. Nós temos esse direito. Ninguém acorda às 5h da manhã, se não for trabalhador. Está havendo uma distorção por cima da nossa categoria. São 14 milhões de desempregados no Brasil. Pode olhar a ficha criminal de cada um: ninguém é bandido, somos trabalhadores”, finalizou.

    Motorista baleado

    Na última sexta-feira (20), um motorista de 21 anos, foi baleado no Jóquei, em São Gonçalo. Ele foi alvejado após recusar o aviso de parada de agentes do Departamento de Transportes Rodoviários do Estado do Rio de Janeiro (Detro), que tentaram fazer abordagem em Alcântara. A ação teve apoio da Polícia Militar.

    De acordo com a família, o rapaz seguia em um veículo, modelo Santana, e havia acabado de deixar um passageiro. Segundo o pai da vítima, ele usava o veículo para fazer transporte alternativo.

    Na ocasião, o motorista foi encaminhado para o Hospital Estadual Alberto Torres (Heat), no Colubandê, onde ainda se encontra em estado grave.

    Segundo amigos, o jovem permanece respira por aparelhos. Questionado nesta terça (24), o Detro informou que lamenta o ocorrido e explicou que está à disposição das autoridades para esclarecer o caso.

    “É importante ressaltar que os agentes do Detro não possuem porte de arma de fogo. Somente os policiais que dão apoio às operações por questões de segurança. Já que é de conhecimento comum que este tipo de transporte 'pirata' muitas vezes é comandado por traficantes e milicianos”, esclareceu o órgão por meio de nota.

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